A cidade de Manaus sediará o 4º Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA) entre os dias 18 e 22. O encontro é um desmembramento do Fórum Social Mundial e tem como objetivo o fortalecimento das relações entre os nove países que integram a Pan-Amazônia.
Durante os cinco dias do fórum, representantes de movimentos sociais do Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname discutirão temas relacionados à construção de "uma outra Amazônia possível" e questões como a preservação da biodiversidade, da diversidade social, política e cultural dos povos que integram a região.
- O Fórum Social Pan-Amazônico é um espaço de interação e intercâmbio entre lideranças, no qual que se discute temas centrais em termos de políticas públicas e infra-estrutura, como a produção familiar agroextrativista amazônica - diz o secretário-executivo do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Fábio Abdala. Na opinião dele, ao tratar de temas sociais, o Brasil pode se inserir de maneira competitiva e solidária no mercado.
O tema do fórum neste ano é "Diversidade, Soberania e Paz", com base nas lutas enfrentadas pelos povos da Amazônia para preservar os recursos, biodiversidade e culturas da região.
- No eixo da diversidade, nós contemplamos a heterogeneidade biológica que existe nos países como recurso natural e também a diversidade cultural. A questão da soberania visa abordar o papel dos movimentos sociais na manutenção da soberania dos países do continente. Na questão da paz, ainda que nós brasileiros entendamos que vivemos em uma situação relativa de paz, a realidade do Rio de Janeiro, por exemplo, é um grande cenário da violência urbana - lembra José Rocha, da Central Única dos Trabalhadores do Amazonas e coordenador do comitê organizador do 4º Fórum Social Pan-Amazônico.
Rocha acrescenta que os participantes pretendem buscar uma ordem política, econômica e cultural alternativa ao modelo neoliberal.
- Os povos da América, de modo geral, estão enfrentando o desafio de propor um modelo econômico alternativo a esse que vem sendo imposto pelo governo dos Estados Unidos e pelas grandes companhias norte-americanas.
Os países participantes também pretendem definir uma agenda comum sobre assuntos como o Plano Amazônia Sustentável (PAS), a Articulação Soja Brasil, Fórum Social Mundial, Caravana das Águas, Rios da Amazônia, entre outros