Forças israelenses mataram um palestino que fez disparos contra um assentamento judaico no sul da Faixa de Gaza nesta sexta-feira.
Nesta quintap-feira, o ministro da Defesa havia determinado ao Exército que usasse "todos os meios necessários" para impedir os militantes de dispararem morteiros e foguetes contra alvos israelenses, numa onda de violações ao cessar-fogo declarado em fevereiro.
O Hamas, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, ligadas à facção governista Fatah, e os Comitês de Resistência Popular assumiram conjuntamente o envio dos três homens que atacaram o assentamento de Kfar Darom.
O Hamas afirmou que continua comprometido com a trégua, mas que estava vingando recentes ações militares israelenses.
- A Autoridade Palestina permite que estes terroristas vaguem livremente e ataquem civis israelenses dentro das suas comunidades - disse David Baker, funcionário do gabinete do primeiro-ministro Ariel Sharon.
-Israel está pronto para tomar as medidas apropriadas para defender seus cidadãos - ressaltou.
Fontes militares insistem, porém, que serão comedidas para evitar complicações para o projeto israelense de desocupação da Faixa de Gaza, a partir de meados de agosto.
A Autoridade Palestina prometeu "todos os esforços para manter a calma". A trégua, que reduziu drasticamente o derramamento de sangue, mas não eliminou as armas, foi gravemente maculada pela violência desta semana.
O Exército israelense disse que os três homens armados ocuparam um prédio abandonado perto de Kfar Darom na madrugada desta sexta-feira e abriram fogo contra o assentamento, fortemente vigiado, usando armas leves e foguetes antitanque.
Um homem do Hamas morreu e outro militante ficou ferido no tiroteio que se seguiu, contra as tropas israelenses. Um terceiro militante teria fugido.
- Em meio aos continuados crimes sionistas, nos encontramos sem escolha a não ser defender nossa gente por todos os meios possíveis - disse Mushir Al Masri, porta-voz do Hamas.
Um militante do grupo havia sido morto na última quarta-feira por um míssil israelense, enquanto lançava bombas contra assentamentos vizinhos. Outro membro do Hamas foi morto em circunstâncias controversas.
Desde então, o ministro da Defesa israelense, Shaul Mofaz, autorizou o Exército a agir com mais dureza. Oito disparos de morteiros atingiram os assentamentos durante a noite.
No lado palestino, o atrito entre o Hamas e a Fatah aumentou desde que a Justiça cancelou o resultado da eleição municipal deste mês em partes da Faixa de Gaza, onde o Hamas havia vencido.
A Fatah, que ao contrário do Hamas admite fazer a paz com Israel, obteve o controle de 50 das 84 câmaras municipais palestinas no pleito de 5 de maio, mas o Hamas venceu 30, mostrando que é uma grande força política.