Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Foragido da Lava Jato não foi localizado, diz PF

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Sexta, 01 de Julho de 2016 às 07:22, por: CdB

Por Redação, com ABr - de Brasília/Recife:

A Polícia Federal (PF) ainda não localizou o empresário Fernando Cavendish, presidente da empreiteira Delta Construção, que teve a prisão decretada na quinta-feira na deflagração da Operação Saqueador, quando foram presas quatro pessoas acusadas de participar de esquema de corrupção e lavagem de dinheiro por meio de obras públicas, envolvendo a construtora.

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A Polícia Federal (PF) ainda não localizou o empresário Fernando Cavendish

O empresário  não foi encontrado em sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio. Ele deixou o país no último dia 22 com destino à Europa. Segundo o delegado Tácio Muzzi, a PF espera um contato do advogado de defesa do acusado, antes de incluir o nome dele na lista da Interpol.

A defesa de Cavendish informou que vai tomar providências judiciais para reverter a decretação de prisão do empresário. Em nota, o advogado dele, Técio Lins e Silva, chamou de “insuportável ilegalidade” e “medida extrema” o pedido de prisão. “A defesa de Fernando Cavendish ficou estarrecida com a decretação de sua prisão”, diz a nota. “A prisão foi requerida nos autos de inquérito policial que tramita há mais de três anos, no qual Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial, nada justificando a adoção desta medida extrema”.

Outro investigado, Marcelo Abbud, se apresentou espontaneamente à PF, em São Paulo, e deve ser levado para o Rio de Janeiro nesta manhã. Os demais presos na operação, os empresários Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, preso em Goiânia, Aldir Assad, preso em São Paulo e o ex-diretor da Delta Construção para a Região Centro-Oeste, Cláudio Abreu, foram transferidos na quinta-feira para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na Praça Mauá. Depois, encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu, Zona Oeste.

Nova fase da Lava Jato

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feia mais uma fase da Operação Lava Jato. As empresas do grupo JBS Friboi estão entre os alvos.

Os mandados desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Os policiais cumpriram mandados em três Estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e no Distrito Federal.

Foragido encontrado em motel

O empresário Paulo César de Barros Morato, foragido da Operação Turbulência e encontrado sem vida no dia 22 de junho em um motel em Olinda (PE), morreu por envenenamento. A causa da morte foi confirmada na quinta-feira pela Polícia Científica de Pernambuco. A conclusão é de exames de DNA, histopatológico e toxicológico realizados nas vísceras do empresário. Segundo a polícia, não há a como saber, por enquanto, se Morato foi envenenado por alguém ou se tomou o veneno sozinho. Tecnicamente, o termo que indica o envenenamento no laudo é “intoxicação exógena”. A substância encontrada no corpo de Morato é o organofosforado, presente na composição de um inseticida conhecido como chumbinho. As informações foram divulgadas por meio de nota e nenhum representante da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS/PE) ou da Polícia Científica deu entrevistas sobre o caso. Ainda faltam ser concluídas as perícias das imagens das câmeras de segurança e de impressões digitais (papiloscópica), química, tanatoscópica e do local da morte, que têm prazo de 10 dias. A previsão é que o corpo de Paulo César Morato seja liberado para a família nesta sexta-feira.

Operação Turbulência

Paulo César Morato foi encontrado morto em um quarto de motel em Olinda no dia 22 de junho. O empresário era investigado na Operação Turbulência e estava foragido da Polícia Federal. De acordo com as investigações, Morato era testa de ferro de uma organização criminosa de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 600 milhões desde 2010. A rede atuava como financiadora de campanhas políticas, entre elas a do ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB), inclusive da compra do avião usado por ele nas eleições presidenciais de 2014, cuja queda o matou e a mais seis pessoas.
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