Rio de Janeiro, 13 de Março de 2025

Fluxo de refugiados abala relações entre Sérvia e Croácia

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Terça, 22 de Setembro de 2015 às 06:55, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de Batrovci, Sérvia/Opatovac, Croácia/Bruxelas: A Sérvia ameaçou retaliar a Croácia, nesta terça-feira, depois que o governo croata suspendeu todo o tráfego de mercadorias na fronteira oriental, num momento em que as relações entre os dois países que integravam a extinga Iugoslávia estão tensas por causa do fluxo de imigrantes na divisa. Mais de 30 mil imigrantes, muitos deles refugiados da Síria, entraram na Croácia, país membro da União Europeia, desde terça-feira, quando a Hungria bloqueou a entrada deles na UE por sua fronteira sul com a Sérvia, erguendo uma cerca de metal.
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Mais de 30 mil imigrantes, muitos deles refugiados da Síria, entraram na Croácia
Depois que os refugiados entram em seu território, vindos da Macedônia, a Sérvia os encaminha em ônibus diretamente à fronteira croata. A Croácia diz não ter condições de lidar com esse contingente e, em aparente retaliação, fechou todas as suas passagens por estrada na fronteira com a Sérvia, com exceção de uma delas, e impediu os caminhões de entrar na rodovia Belgrado-Zagreb, uma das duas principais artérias usadas pela Sérvia para o oeste. – Nós não somos tolos. Vemos o que eles estão fazendo – disse o primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, a repórteres. A Sérvia e Croácia eram parte da Iugoslávia socialista, mas a Croácia se separou em 1991 e travou até 1995 uma guerra contra os rebeldes sérvios apoiados pelo governo iugoslavo, de Belgrado. Com uma fila de caminhões se estendendo por 12 quilômetros na rodovia, a Sérvia convocou uma sessão extraordinária do gabinete para discutir possíveis “contramedidas”. – Estamos à espera de a UE reagir. Caso contrário, a Sérvia irá responder com calma, sem violar qualquer regra, mas vai demonstrar que a Croácia não pode torturar ou humilhar a Sérvia e destruir os negócios sérvios sem consequências – disse o primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic. Plano de refugiados da UE Um plano de compartilhamento de refugiados pela União Europeia foi rejeitado pela República Tcheca nesta terça-feira e criticado por uma agência da ONU por não fazer o suficiente. Horas antes de um encontro de ministros do Interior da União Europeia para discutir a proposta, o primeiro-ministro tcheco, Bohuslav Sobotka, disse que seu país iria rejeitar qualquer sistema de cotas para a redistribuição de 120 mil refugiados no bloco de 20 nações. Cerca de meio milhão de pessoas que fogem da guerra e da pobreza, sendo dois quintos da Síria, cruzaram o Mediterrâneo nesta ano em direção à Europa. A Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), uma agência da ONU, informou que as 120 mil pessoas que o bloco busca compartilhar eram equivalentes a somente seis dias de chegadas no ritmo atual. – Um programa de relocação sozinho, neste estágio da crise, não será suficiente para estabilizar a situação – disse a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming, pedindo para a UE aumentar os locais de recepção para dezenas de milhares de refugiados. Diante das recriminações dentro dos Estados membros, líderes da UE querem focar, em uma cúpula de emergência nesta quarta-feira, no aumento da ajuda para refugiados sírios na Turquia e no resto do Oriente Médio e aumentar o controle fronteiriço do bloco.  
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