O flamenco, a mais tradicional trilha sonora da Espanha, está de cara nova. Uma nova geração de músicos vem misturando o som marcado por violões, percussão, palmas e sapateados com ritmos como rumba, rap, rock, jazz e, mais recentemente, a música eletrônica.
A banda Chambao, formada por três músicos de Málaga, no sul da Espanha, e um produtor italiano, é o mais recente fenômeno do que se convencionou chamar de ''flamenco chill''. O único disco próprio do grupo até agora, Endorfinas en la mente, lançado no final do ano passado, ganhou o prêmio Ondas de melhor criação musical e já vendeu 40 mil cópias.
O primeiro trabalho do Chambao, uma coletânea chamada Chambao Flamenco Chill, com a participação de artistas como o DJ Howie B. e o guitarrista Vicente Amigo, vendeu 90 mil discos.O disco gerou uma segunda compilação chamada Flamenco Chill Dos, com a colaboração de José Padilla, Fundación Eivissa e José Luis Encinas, entre outros.
As músicas do Chambao são compostas pela vocalista Maria del Mar Rodriguez e pelos dois violonistas, os irmãos Daniel e Eddy Casan. Depois, as melodias são trabalhadas em sintetizadores pelo produtor Bob Benozzo.
O flamenco chill não agrada apenas a nova geração, mas também aos músicos da velha guarda. O guitarrista Pepe de Lucía, autor de Como el agua, gravada por Chambao no primeiro disco, elogiou a versão.
A banda Ojos de Brujo, de Barcelona, é outra representante do flamenco eletrônico. Seu último disco, Barí, foi lançado no final de 2002 pela Fabrica de Colores, nome do selo próprio do grupo, e já vendeu cerca de 70 mil cópias na Espanha e 30 mil no resto da Europa.
No ano passado, a banda fez uma turnê mundial por países como China, México, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Marrocos. Formado por dois violonistas, dois percussionistas, um DJ, um baterista, um baixista e uma vocalista, o grupo incorpora elementos de tango, bolero, salsa, funk e reggae.