Chefe militar de Fiji, o comandante Frank Bainimarama disse, nesta terça-feira, que o Exército assumiu o controle do país, enquanto o premiê eleito foi confinado em casa. Esse é o quarto golpe de Estado na nação insular do Pacífico sul, em 20 anos. O comandante Bainimarama disse que assumiu o papel de presidente e que demitirá o primeiro-ministro Laisenia Qarase.
- O golpe não será permanente - afirmou Bainimarama, acrescentando que incumbirá ministros do controle de suas próprias pastas até que um governo interino seja anunciado.
O comandante das Forças Armadas ameaçou repetidamente derrubar o governo de Qarase, que obteve seu segundo mandato de cinco anos em maio, alegando que se tratava de uma administração corrupta e muito branda com os responsáveis pelo último golpe de Fiji, em 2.000. Os outros três golpes de Fiji, o primeiro em 1987, tiveram motivos raciais. Os nativos temiam perder o controle político do país para os descendentes de indianos, que controlam a economia.
A crise política em Fiji alarmou seus vizinhos no Pacífico. A Austrália enviou três navios da Marinha no caso de australianos em férias terem de deixar o país. Bainimarama avisou que seus soldados se oporão a qualquer interferência estrangeira. Tanto a Austrália como a Nova Zelândia disseram que vão impor sanções contra as Forças Armadas de Fiji, e a Nova Zelândia disse que buscará a expulsão de Fiji da Comunidade Britânica.