Os Estados Unidos pediram para a Suíça extraditar sete dirigentes da Fifa presos em investigação sobre um escândalo de corrupção no futebol mundial, informou a Justiça Federal suíça nesta quinta-feira. Os dirigentes, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, estão na cadeia desde que foram detidos por meio de mandados de prisão norte-americanos em uma operação realizada dentro de um luxuoso hotel de Zurique em 27 de maio. As prisões ocorreram dois dias antes do Congresso anual da Fifa, colocando a organização no meio de uma enorme crise. Procuradores norte-americanos afirmaram que a investigação, que é paralela a uma investigação suíça, expõe complexos esquemas de lavagem de dinheiro, milhões de dólares em rendas não tributadas e dezenas de milhões em contas no exterior de dirigentes da Fifa. Os sete estão entre 14 pessoas acusadas em casos envolvendo mais de US$ 150 milhões em propinas em um período de 24 anos. A Justiça suíça informou que iria decidir sobre os pedidos de extradição em poucas semanas. Consciência limpa O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse a uma revista alemã que tem a consciência limpa e acredita que vai "para o céu um dia", em meio a denúncias de corrupção contra a entidade que controla o futebol mundial. Promotores norte-americanos não acusaram Blatter, de 79 anos, de qualquer delito, mas sua liderança está sob escrutínio, disseram fontes familiarizadas com as investigações nos Estados Unidos e na Suíça. Blatter anunciou em 2 de junho que deixará o cargo de presidente da Fifa depois de uma eleição que provavelmente vai ocorrer no fim deste ano ou início do próximo ano. - Eu tenho a consciência limpa - declarou o suíço à revista alemã Bunte em entrevista publicada na quarta-feira. "Quem me chama de corrupto terá que provar, mas ninguém pode provar isso, porque eu não sou corrupto." Blatter disse que estava aberto a críticas. "Mas se alguém me chamar de corrupto, porque a Fifa é corrupta, só posso sacudir a cabeça. Todo mundo que diz algo assim deveria ir para a cadeia." Ele afirmou que é uma pessoa religiosa e que sua fé lhe deu força durante as últimas semanas. - Eu tenho uma cruz dourada que foi abençoada pelo papa Francisco. Acredito que eu vou para o céu um dia - disse Blatter. Um advogado nos EUA disse na terça-feira que Blatter não vai viajar para o Canadá para a final da Copa do Mundo feminina, no domingo, por motivos pessoais.
Fifa: EUA pedem para a Suíça extraditar sete dirigentes presos
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Quinta, 02 de Julho de 2015 às 07:58, por: CdB