Faltavam apenas 7 votos para Sepp Blatter ter sido reeleito, na primeira rodada, no final do Congresso da FIFA, e assim ter um quinto mandato.
Mas não foi preciso uma segunda rodada ou segunda volta na votação - Sepp foi reeleito com a desistência do seu concorrente, o Principe Ali.
A campanha de Michel Platini, presidente da Uefa,para que os dirigentes de federações, 209 no total, votassem no outro candidato, o príncipe Ali, da Jordania, ganhou alguns apoiantes, mas não mudou muito o quadro geral. Os 133 votos em favor de Blatter mostraram também não ter sido suficiente a intervenção contra ele do primeiro-ministro inglês Cameron e nem a pressão nortamericana com a prisão de 7 de 14 dirigentes da FIFA, indiciados por corrupção.
Blatter recebeu o apoio maciço dos africanos e asiaticos. Perdeu alguns votos entre os latinoamericanos.
Michel Platini prometeu reagir, caso haja reeleição, e é o caso, com um encontro da Uefa em Berlim para reavaliar as relações do futebol europeu com a Fifa. Embora Blatter tenha falado, na necessidade de todos se unirem para ultrapassar este mau momento, deverá haver, sem dúvida, muita oposição dentro e fora da FIFA.
Sem se esquecer que os processos contra a Fifa, pelos americanos e suíços, vão continuar e poderão implicar em novas prisões. Ontem o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo del Nero deixou precipitadamente Zurique, temeroso talvez de ser também preso e voltou ao Brasil, onde deverá enfrentar uma comissão parlamentar de inquérito pedida pelo antigo aartilheiro Romário e investigações do Ministério Público pedidas pelo ministro da Justiça.
Rui Martins é jornalista, correspondente na Suíça.