Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

FIFA alvo de prisões em Zurique

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Quarta, 27 de Maio de 2015 às 03:45, por: CdB
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Suíça aceita intervenção da justiça americana e prende responsáveis da FIFA acusados de corrupção
A polícia suíça, a pedido da justiça americana, prendeu, nesta manhã, sete responsáveis da FIFA, acusados de corrupção, colhidos no hotel de alto luxo, Baur au Lac, em Zurique, onde estavam hospedados, vindos de seus países para participar da eleição de sexta-feira, na qual é anunciada a reeleição do suíço Sepp Blatter como presidente. Entre eles, está o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF e da organização da Copa do Mundo no Brasil, sobre o qual havia, no Brasil, as acusações também de ter tido participado ativamente, durante a ditadura militar, das prisões feitas na época. Razão pela qual, a presidenta Dilma teria evitado dele ficar próxima durante a Copa do Mundo no Brasil. Essa surpreendente prisão de sete responsáveis da FIFA, a pedido da justiça americana poderá provocar um adiamento da votação na FIFA ou provocar a derrota de Blatter. Apesar das prisões e da visita da polícia à sede da FIFA, o portavoz da FIFA confirmou à imprensa, numa coletiva realizada no fim desta manhã, a eleição da presidência da FIFA, na sexta-feira, Um advogado de Zurique, ouvido pela rádio suíça nesta manhã, revelou a existência de rumores, em Zurique, nestes últimos dias, dando conta de uma prisão de Blater no caso de ir aos EUA. A justiça americana não pediu a prisão de Blatter, porém, se pedisse não poderia haver extradição, pois a Suíça não extradita seus cidadãos. Entretanto, como os seis presos não são suíços, serão provavelmente extraditados para os EUA. Isso tendo-se em vista a proximidade entre as justiças americana e suíça, como foi no caso da prisão do cineasta Roman Polanski, e dada a pressão americana como constatada no caso das fraudes fiscais cometidas pelos bancos suíços. Como essa ação ocorre dois dias antes da anunciada reeleição de Blatter na presidência da FIFA, fica evidente a intenção de se atacar o chamado sistema Blatter, alvo de numerosas denúncias de corrupção. O Departamento Federal da Justiça da Suíça confirmou a prisão dos seguintes responsáveis da FIFA -
  • o uruguaio Eugenio Figueredo, vice-presidente da Confederação Sul-americana de Futebol (CONMEBOL) et vice-presidente da FIFA;
  • o costarriquenho Eduardo Li, presidente da Federação Costarriquena de Futebol (FEDEFUTBOL) et funcionário da FIFA;
  • o brasileiro José Maria Marin, membre do conselho executvof de la Confederação Sulamericana de Futebol (CONMEBOL), ex-presidente da CBF;
  • o nicaraguense Julio Rocha, ex-presidente da Federação Nicaraguense de Futebol e funcionário da FIFA;
  • o inglês Costas Takkas, ex-secretário-geral da Federação de Futebol das Ilhas Caïmans;
  • o inglês Jeffrey Webb, presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, América Central e do Carïbe (CONCACAF) e vice-presidente da FIFA;
  • o venezuelano Rafael Esquivel, presidente da Federação Venezuelana de Futebol (FVF) e membro executivo da Confederação Sulamericana de Futebol (CONMEBOL).
A Justiça americana divulgou estarem indiciadas por corrupção mais seis pessoas ligadas à FIFA. Dois processos Existem dois procedimentos jurídicos distintos e independentes na intervenção policial de hoje no hotel Baur au Lac e no sequestro de documentos e computadores na FIFA: um proveniente do Ministério Público suíço relacionado com irregularidades nas escolhas das sedes para as Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente na Rússia e Qatar; e outro, proveniente da justiça americana de Nova Iorque e relacionado com fraudes e irregularidades na concessão de direitos de divulgação, comercialização e patrocínio nas competições futebolísticas da FIFA nas Américas. A justiça suíça já determinou também o bloqueio das contas suíças das personalidades da FIFA indiciadas ou presas e de certas empresas ligadas às atividades da FIFA. Apesar dessas iniciativas suíças e americanas, o atual presidente da FIFA, Sepp Blatter se diz confiante, nada tendo a temer, embora os jornais já tivessem publicado que não se arriscará a sair da Suíça e muito menos ir aos Estados Unidos. <b>Rui Martins</b>, correspondente do Correio do Brasil na Suíça.
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