Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Fernando León mostra a outra face das prostitutas

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Quarta, 31 de Agosto de 2005 às 12:02, por: CdB

Mostrar o outro lado das prostitutas, suas emoções, sua fragilidade, sua ternura, é o que se propõe a fazer o cineasta Fernando León de Aranoa em seu filme mais recente, <i>Princesas</i>, uma obra sobre a amizade entre duas mulheres, uma espanhola e uma dominicana.

O diretor explica que se sentiu atraído por esse universo depois de acompanhar um lado pouco conhecido da vida dessas mulheres, suas rotinas diárias, seus medos, suas esperanças e suas obrigações.

- O trabalho delas não é o foco central do filme, mas eu quis começar por contá-lo.  A partir disso, há três ou quatro cenas do filme que têm a ver com isso, mas quase sempre também servem para outra coisa - disse o diretor na terça-feira, em entrevista concedida em Madri.

- Se, em lugar de prostitutas, fossem outra coisa, por exemplo marceneiras, ninguém ia querer passar o filme inteiro vendo-as fazer móveis. Minha colocação narrativa é essa - acrescentou.

O cineasta, que também dirigiu <i>Segunda-feira ao sol</i>, disse que escreve suas histórias partindo dos personagens. Para representar Caye e Zulema, duas prostitutas procedentes de mundos opostos que ficam amigas e descobrem seus pontos em comum, ele contou com as atrizes Candela Peña e a porto-riquenha Micaela Nevárez.

- Procuro acompanhar as personagens em seu percurso pelo filme. São elas que fazem com que a história passe pela prostituição, a imigração, a solidão, a amizade também - quero que o foco central seja voltado a elas - disse León de Aranoa.

O quarto filme do diretor, que chega aos cinemas espanhóis na próxima semana, é o primeiro protagonizado por mulheres.

Fernando León já tem em mente vários outros projetos, entre eles voltar à época em que era apenas roteirista, para não passar três anos trabalhando sobre a mesma história, que é o que lhe tem acontecido em seus últimos trabalhos, desde que passou a também dirigir.

Mas, depois de ter supervisionado ele próprio os trabalhos de outros roteiristas, ele reconhece que tem medo de entregar um de seus roteiros a outro diretor.

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