A estimativa do Ministério do Desenvolvimento para o valor total das exportações em 2003 é de um recorde histórico de US$ 72 bilhões. É com esse número que trabalha o ministro Luiz Fernando Furlan.
- Esse é o objetivo -, disse o ministro, se mostrando confiante na obtenção desse número.
O número representa um aumento de praticamente US$ 12 bilhões em relação ao ano passado, quando também ocorreu um recorde com a venda de US$ 60 bilhões ao exterior.
Mercados
O maior mercado comprador continuará sendo o os Estados Unidos, seguido da China e da Argentina, segundo os dados do ministério. Para Furlan, o desempenho deste ano não é um acidente, embora ele reconheça que em algumas questões o Brasil foi ajudado por uma situação positiva que pode mudar no médio prazo.
Um exemplo é o valor da soja no mercado internacional, o principal produto da pauta de exportação do Brasil neste ano. O valor subiu por causa da quebra da atual safra americana. Furlan disse que essa dado o preocupa, principalmente para 2005.
Mas ele completou que nem todo o crescimento das exportações e do superávit da economia neste ano (que já bateu o recorde de US$ 22 bilhões) se deve a questões especiais ou à crise interna no Brasil, que leva muitas empresas a buscarem uma saída na exportação. Ele acredita que mesmo com a recuperação da economia em 2004, as exportações devem continuar fortes.
"Há ainda muita capacidade ociosa no Brasil que pode ser usada sem derrubar as exportações."
Explorar e diversificar
O maior crescimento por produto exportado neste ano se deu no setor automobilístico, com uma taxa de 48% entra janeiro e novembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Furlan acredita por exemplo que, mesmo que o mercado nacional volte a comprar carros, as indústrias têm a capacidade de manter as vendas externas.
O ministro também julga que a atual política do governo de explorar e diversificar mercados já está dando resultados, embora reconheça que ainda modestos, já que o projeto que defende é de longo prazo.
Para sustentar seus argumentos, Furlan mostrou uma lista dos países que apresentaram o maior crescimento das importações de produtos brasileiros. O primeiro da lista é Botsuana, com 500% de crescimento e o segundo, Azerbaijão, com 430%. Também estão entre os dez primeiros a Suécia (446%) e Libéria (353%).
O ministro reconhece que esse crescimento se deve ao fato desses países importarem valores muito pequenos, mas argumenta que a diversidade dos países já é um reflexo da atual política do governo.
Outro exemplo, segundo ele, é o crescimento (de janeiro a novembro de 2003 em comparação com o mesmo período de 2002) das compras em regiões como a Ásia (33%) e África (19%).
Ainda assim, os maiores mercados para o Brasil continuam tradicionais, como os Estados Unidos, o primeiro, e a Argentina, o terceiro.