Pelo menos três civis estrangeiros, que não tiveram a nacionalidade revelada, estão entre as 20 vítimas fatais da explosão de um carro-bomba detonado por um suicida neste sábado no centro de Bagdá.
Segundo fontes do Ministério do Interior, a explosão aconteceu de manhã, quando o suicida jogou o carro contra um comboio que tinha um número indeterminado de civis de nacionalidade estrangeira.
Além dos três estrangeiros mortos - que as fontes não identificaram e cuja identidade também não foi revelada pelos porta-vozes da forças da coalizão -, a explosão matou 17 iraquianos e deixou mais 24 feridos.
Segundo testemunhas, as vítimas iraquianas faziam parte da escolta armada do comboio ou são civis que estavam perto do local da explosão.
"O suicida detonou o carro contra o comboio de quatro veículos com os estrangeiros. Tiramos várias vítimas de dentro de três deles, que ficaram destruídos", disse à EFE o oficial de polícia Ali Rasul.
Rasul disse que a explosão também destruiu vários carros de civis que estavam nas imediações e deixou vários danos materiais.
O ataque aconteceu perto da praça de Tahrir, junto à rua Saadoun, uma das áreas mais movimentadas da cidade e de onde subiam colunas de fumaça poucdepois da forte explosão.
O atentado é mais um na onda de violência que atinge o Iraque desde que o governo eleito assumiu o cargo em 28 de abril, com cerca e 300 mortes desde então.
O ataque aconteceu apenas horas antes de o novo governo chegar a um acordo para ocupar os cargos dos ministérios da Defesa e do Petróleo, duas das principais pastas que estavam sem titular, anunciaram fontes oficiais.
"Chegamos a um acordo para alguns dos cargos ministeriais que ainda estavam desocupados", disse Leith Kiba, porta-voz do primeiro-ministro iraquiano, Ibrahim al-Jaafari.
Segundo fontes da Aliança Unida Iraquiana, a formação de Al-Jaafari, o novo titular da Defesa será Sadoun Dulemi, da minoria sunita, e o xiita Ibrahim Bahr El Olum ocupará o Ministério do Petróleo.
Os novos ministros assumirão o cargo amanhã, domingo, em uma sessão do Parlamento, disseram as fontes.
Com as novas nomeações, o executivo de Al-Jaafari, dominado por xiitas confessionais e curdos - primeiro governo eleito nas últimas cinco décadas - falta nomes os ministro da Indústria, dos Direitos Humanos e da Eletricidade, cujos titulares podem ser anunciados nas próximas horas.
As incorporação de ministros sunitas no gabinete é uma das prioridades de Al-Jaafari, que tenta envolver nas novas instituições essa comunidade, que tradicionalmente ocupava o poder político em Bagdá e na maioria boicotou as eleições de 30 de janeiro passado.
Segundo observadores locais, o primeiro-ministro espera assim ganhar a confiança dos sunitas, comunidade dos grupos rebeldes, mas a onda de violência incessante reflete o grande trabalho do novo governo para para garantir a segurança no país.