Exército paquistanês inicia ampla operação em fronteira afegã

O Exército do Paquistão iniciou uma ampla operação contra supostos redutos do grupo terrorista islâmico Al Qaeda na região montanhosa perto da fronteira com o Afeganistão, informaram nesta quinta-feira, as Forças Armadas.

Esta operação é a segunda que o Exército paquistanês efetua na zona tribal do Sul de Waristán, após outra realizada em outubro passado também centrada na área da localidade de Wana, 330 quilômetros a oeste de Islamabad, segundo disse o porta-voz das Forças Armadas paquistanesas, general Shaukat Sultan.

O ministro da Informação, Sheikh Rashid Ahmed, confirmou a operação, na qual as tropas de terra estão apoiadas por helicópteros, e comentou que não se sabe ainda de nenhuma detenção.

Fontes dos serviços secretos paquistaneses informaram que a operação começou quando um grupo de supostos membros da Al Qaeda, que não deviam ser nem afegãos nem paquistaneses, foram localizados em Wana por um grupo de soldados e se negaram a entregar-se.

As tropas entraram no bairro onde se refugiavam e abriram fogo contra eles enquanto pediam aos camponeses que evacuassem o povoado.

O sul de Waziristán é uma zona de alta montanha vizinha da província oriental afegã de Paktika, considerada um dos principais refúgios dos grupos da organização fundamentalista islâmica Talibã e da Al Qaeda.

O líder da Al Qaeda, o saudita Osama bin Laden, o do Talibã, o mulá Mohamed Omar, e seus principais lugar-tenentes são procurados nesta zona da fronteira há dois anos.

O Paquistão, que desde a queda dos talibãs no final de 2001 se converteu em um importante aliado de Washington na luta contra o terrorismo internacional, deteve mais de 600 supostos membros da Al Qaeda neste tempo e a maioria deles entregou aos americanos.

No início de outubro passado, oito supostos membros da Al Qaeda foram mortos em uma operação similar na mesma área, na qual também morreram dois soldados paquistaneses.

Depois daquela operação, as tropas paquistanesas detiveram meia centena de habitantes da zona tribal de Waziristán acusados de não colaborar com as autoridades e refugiar talibãs e membros da Al Qaeda.

A normativa que vigora na zona tribal permite às autoridades deter coletivamente os membros destas comunidades se não entregam criminosos ou terroristas e a derrubar suas casas se persistem em dar-lhes refúgio.