A Holanda e a Grã-Bretanha deram início nesta quinta-feira às eleições para o Parlamento Europeu, abrindo as portas para o maior pleito supranacional da história. Durante os próximos quatro dias, 349 milhões de europeus da recém-expandida União Européia (UE) poderão votar para escolher os 732 membros do Parlamento do bloco.
Mas os eleitores na Grã-Bretanha e na Holanda, os únicos dois países a realizar eleições nesta quinta-feira, pareciam ter em mente, em especial, questões que não estavam diretamente relacionadas à UE.
O pleito no território britânico, que também inclui eleições para vereadores e para o prefeito de Londres (capital), transformava-se em um protesto contra o primeiro-ministro Tony Blair, que defende a guerra contra o Iraque.
"Estou enviando uma mensagem para Tony Blair de que não estamos satisfeitos," disse Edward Lord, de 42 anos, ao encaminhar-se para votar em Londres. "As eleições européias são aquelas em que podemos dar um voto de protesto."
Apesar de Blair ter poucas chances de se sair bem na eleição, a maior parte dos analistas ainda prevê que ele vença as eleições gerais previstas para 2005.
Na Holanda, o governo de centro-direita do primeiro-ministro Jan Peter Balkenende também está pronto para sofrer uma derrota devido à insatisfação dos eleitores com a economia, a baixa oferta de empregos e os altos gastos do governo.
As autoridades holandesas devem divulgar na quinta-feira à noite os primeiros resultados da votação, apesar da oposição da Comissão Européia (Poder Executivo do bloco), que preferia ver os resultados divulgados apenas depois de domingo, quando será concluído o pleito.
A Comissão Européia ameaçou tomar medidas legais se a Holanda realmente divulgar o resultado da votação.