Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Europa é uma das maiores vítimas do neoliberalismo, afirma Chomsky

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Quarta, 18 de Fevereiro de 2015 às 10:03, por: CdB
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Chomsky aponta riscos na condução econômica da Europa pela via do neoliberalismo
Para o acadêmico e ativista norte-americano Noam Chomsky, o Syriza e o Podemos são partidos que se levantam "contra o assalto neoliberal que estrangula e destroça os países periféricos". – A Europa é hoje uma das maiores vítimas das políticas neoliberais que começaram a ser aplicadas no final dos anos 70 e começaram com Ronald Reagan e Margaret Thatcher – afirmou o linguista norte-americano. Filósofo e escritor, Chomsky sustenta que as medidas de austeridade tomadas com base no neoliberalismo, implantadas na região, “desmantelam o Estado Social e debilitam os trabalhadores para aumentar o poder dos ricos e dos privilegiados”. – É delirante a forma como a troika toma decisões na Europa. Pode-se qualificar como delirante se forem levadas em conta as consequências humanas, mas do ponto de vista dos que definem a política não é delirante, para eles é fantástico. Estão mais ricos e poderosos que nunca, e prestes a acabar com o inimigo, que é a população em geral – assinalou o ativista político. Para o catedrático em Linguística do no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), prevalece hoje "um mundo sem regras no qual os poderosos fazem o que querem. E, onde, milagrosamente, tudo sai à perfeição. É interessante comprovar como Adam Smith propôs isto na famosa expressão 'mão invisível'. Agora vemos que, quando o capital deixa de ter restrições, particularmente os mercados financeiros, tudo voa pelos ares. É com isso que se confronta hoje a Europa". – O capitalismo é intrinsecamente sádico; de fato, Adam Smith reconheceu que quando tem a rédea solta e fica livre de amarras externas, a sua natureza sádica manifesta-se, porque é intrinsecamente selvagem. O que é o capitalismo? Maximizar os seus benefícios à custa do resto do mundo – explicou o professor emérito. O autor de Os guardiões da liberdade, Chomsky vê a América Latina como um exemplo de resistência diante da "invasão neoliberal". – Durante 500 anos, a América do Sul sofreu o domínio das potências imperiais ocidentais, a última delas, os EUA. Mas nos últimos 10 ou 15 anos começou a romper com isso – refere. Chomsky considerou que o Syriza, liderado por Alexis Tsipiras, é um partido de esquerda "para os padrões atuais" mas que, pelo contrário, o seu programa não o é. – É um partido antineoliberal; não exigem que os trabalhadores controlem a indústria. E isto não é uma crítica, acho que é positivo. E o mesmo ocorre com o Podemos: são partidos que se levantam contra o assalto neoliberal que estrangula e destroça os países periféricos – concluiu.
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