O governo Bush, buscando romper o impasse nas negociações de paz sobre o Oriente Médio, está pressionando Israel a reduzir as ações na Cisjordânia e Faixa de Gaza, diante da posse do novo primeiro-ministro palestino, que deve ser realizada nas próximas semanas. As informações foram confirmadas por autoridades do governo americano na quarta-feira. O pedido americano, apresentado na terça-feira em um encontro na Casa Branca que teve a presença de dois assessores do primeiro-ministro Ariel Sharon de Israel, reflete o que os oficiais americanos qualificam como uma preocupação crescente: a guerra no Iraque deve ser seguida rapidamente pelo progresso no problema israelense-palestino. Entre as ações que teriam sido indicadas para a consideração de Israel está a retirada de tropas dos centros populacionais palestinos; o afrouxamento nos postos de inspeção e outras limitações de viagem e trabalho aos palestinos; e um repasse mais rápido para as autoridades palestinas das receitas tributárias arrecadas por Israel. "Nós colocamos para Israel o que eles precisam fazer para que o processo de paz seja reativado", afirmou uma autoridade do governo. Com a guerra no Iraque concluída, os EUA estão sob crescente pressão das nações árabes e aliados europeus para que demonstrem maior preocupação com a condição dos palestinos. A pressão contrária vem de partidários políticos que se opõem a qualquer passo que possa afetar a segurança de Israel. Foi considerado um evento significativo o fato do encontro com os assessores de Sharon ter reunido não apenas o secretário de Estado Colin L. Powell e Condoleezza Rice, assessora de segurança nacional, mas também outras autoridades consideradas por Israel como mais simpáticas a suas preocupações. Entre essas autoridades estão Elliott Abrams, principal assessor da Casa Branca para o Oriente Médio, além de Lewis Libby, chefe da equipe do vice-presidente Dick Cheney, e Douglas J. Feith, subsecretário de defesa para política. As autoridades israelenses afirmam que Sharon está considerando as medidas pedidas por Washington, além de outros passos de sua iniciativa, como a possível libertação de prisioneiros palestinos. Mas eles afirmaram que Israel não retiraria tropas das áreas palestinas, sem ações para o desarmamento do Hamas e outros grupos que realizaram ataques contra civis israelenses. A meta da pressão americana, afirmaram as autoridades, consiste em fortalecer Mahmoud Abbas, um palestino moderado que deve se tornar primeiro-ministro, como um substituto de Yasser Arafat. Sharon e o presidente Bush estão tentando afastar Arafat nas negociações sobre Israel.
EUA pressionam Israel em questão palestina
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Quinta, 17 de Abril de 2003 às 15:27, por: CdB