Seis meses após o primeiro caso de vaca louca diagnosticado nos Estados Unidos, outro animal pode ter testado positivo para a doença e será reexaminado para confirmação, informou na sexta-feira o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA na sigla em inglês).
O USDA informou que autoridades da área de saúde reportou o primeiro resultado "inconclusivo" para a doença, que causa degeneração cerebral, desde que o governo adotou kits de testes rápidos em 1 de junho como parte de um programa para realizar exames mais frequentes no rebanho do país.
Esse tipo de teste tem maior probabilidade de trazer um resultado positivo falso.
Autoridades do USDA menosprezaram o resultado do exame, alegando que é bem provável que se descubra que o animal é saudável. Eles se recusaram a dizer se o animal é uma vaca, um boi ou um búfalo, dizer a idade do animal, localização e outras informações.
- Como o teste pode muito bem ser negativo, não vamos anunciar essas informações neste momento - disse o veterinário-chefe do USDA, John Clifford a jornalistas. - Isso não é de toda forma inesperado. Esses tipos de testes são projetados para serem extremamente sensíveis.
Segundo o veterinário, o laboratório de saúde animal do USDA na cidade de Ames, estado de Iowa, vai reexaminar a amostra do animal. O resultado do exame deve estar pronto entre quatro e sete dias.
Representantes do Departamento acrescentaram que não há nenhum risco para a saúde humana, pois o animal não entrou no fornecimento de alimento humano. A possibilidade do resultado positivo foi detectada na tarde de sexta-feira. Representantes do setor expressaram preocupação com o impacto que o teste inconclusivo pode ter no mercado na segunda-feira.
Grupos de pecuaristas norte-americanas pediram ao USDA que pare de anunciar resultados inconclusivos devido ao impacto que esta notícia tem nos mercados. O Departamento retrucou que a divulgação dessas notícias é a melhor maneira de garantir transparência em questões sensíveis ao mercado.
No ano passado, o USDA testou cerca de 20 mil animais para a doença, que é fatal e não tem cura. O Departamento espera examinar 220 mil animais até o final de 2005. O primeiro caso de vaca louca nos EUA foi detectado em dezembro do ano passado em uma vaca leiteira de Washington. Acredita-se que o animal tenha sido contaminado após comer alimentos contaminados logo após nascer no Canadá.
Mais de 130 pessoas já morreram após contraírem a forma humana da doença. Nesta semana, uma mulher norte-americana chamada, Charlene Singh, único caso conhecido nos EUA da forma humana da vaca louca, morreu em Fort Lauderdale, na Florida.