Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

EUA desconhece o número de pessoas capturadas no Afeganistão há um ano

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Segunda, 11 de Agosto de 2003 às 23:08, por: CdB

O governo dos Estados Unidos afirmou na última segunda-feira não conhecer o número exato nem todos os nomes das centenas de pessoas capturadas no Afeganistao há cerca de um ano e detidas na base naval da Baía de Guantánamo, em Cuba.
 
Os advogados do governo dos EUA divulgaram a informação durante uma audiência no tribunal sobre o caso de Falen Gherebi, um libanês que se acredita estar sob custódia americana em Cuba.

Em maio, um tribunal distrital dos EUA afirmou não ter autoridade para pesquisar se Gherebi estava detido legalmente, por isso o caso foi redirecionado para tribunais de apelação.

Na audiência de segunda-feira do tribunal de apelações, o esperado debate a respeito do direito do governo de deter Gherebi se dissolveu numa discussão mais básica, sobre a falta de registro das pessoas detidas.

- Eles não o libertam e também não dizem se ele está lá - disse Stephen Yagman, advogado do irmão de Falen Gherebi.

 Belaid Gherebi, um morador de San Diego que abriu processo para conseguir representação legal para seu irmão.

Yagman reclamou que o governo está dificultando os pedidos a favor de Gherebi e de outros detidos, mantendo em sigilo os dados de quem exatamente está sob custódia.

Na audiência de segunda-feira, um painel de juízes de tribunais de apelação demonstrou-se chocado com a aparente falha nos registro das centenas de pessoas, possivelmente incluindo algumas crianças, que estão detidas há 577 dias.

Os advogados federais responderam que, embora quisessem manter um registro, ele está incompleto pois alguns dos presos não quiseram cooperar com as autoridades. Disseram também que traduzir os nomes do árabe para o inglês criaria problemas ortográficos.

- Acreditamos que ele esteja preso, mas não temos certeza. Não podemos confirmar cem por cento - disseram os advogados depois de examinaren uma lista com nomes similares ao de Falen Gherebi,

A administraao dos Estados Unidos, que afirma que os presos são indivíduos perigosos, ligados a terroristas, argumenta que o tribunal não tem jurisdição para exigir os direitos legais dos detidos, já que eles estão em solo estrangeiro, em Cuba, em terreno apenas arrendado para os Estados Unidos.

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