Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

EUA atacam milícia e tanques fecham cerco à mesquita

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Domingo, 22 de Agosto de 2004 às 17:33, por: CdB

Helicópteros militares dos Estados Unidos atingiram alvos da milícia xiita na cidade sagrada de Najaf, neste domingo, enquanto tanques tomavam posições a cerca de 800 metros de uma mesquita sagrada, em meio a uma insurgência que dura três semanas. Como as negociações para o fim do cerco à mesquita Imã Ali estão estagnadas, os EUA fortalecem posições ao redor da cidade antiga, reduto dos rebeldes leais ao clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr. Perto de Najaf, confrontos entre tropas dos EUA e milícias mataram cerca de 40 pessoas na cidade de Kufa, um bastião xiita onde Sadr comandou as orações de sexta-feira.

Autoridades do Ministério do Interior iraquiano disseram que os mortos eram integrantes das milícias e civis. Rajadas de armas de grosso calibre, disparadas de veículos blindados, ecoavam pelas ruas labirínticas que levam à mesquita de cúpula dourada de Najaf, onde a milícia Mehdi continua entocada em desafio ao governo. Um correspondente da Reuters informou que tanques dos EUA avançaram para as posições mais próximas da mesquita desde o início do cerco, atraindo disparos de morteiros da milícia.

Não havia informações imediatas sobre vítimas do último confronto, ocorrido após o fim das negociações para que as forças de Sadr entregassem a mesquita ao aiatolá Ali al-Sistani, o clérigo xiita mais respeitado do Iraque. Na manhã deste domingo, um helicóptero militar dos EUA abriu fogo contra os rebeldes. Sadr, um jovem clérigo que tornou-se a maior dor de cabeça para o governo interino do Iraque, insistiu que Sistani enviasse uma delegação para fazer um inventário dos itens valiosos da mesquita, para rebater as acusações de que seus homens estariam saqueando o local.

Sistani, que está em Londres recuperando-se de uma cirurgia, disse que não poderia formar um comitê sob essas circunstâncias. Falando por meio de assessores, Sadr, que defende o fim da ocupação dos EUA, havia dito anteriormente que sua milícia continuaria de guarda na mesquita após a entrega. O levante, que já deixou centenas de mortos, contribuiu para puxar os preços do petróleo para altas recordes e representa um grande desafio para a autoridade do primeiro-ministro Iyad Allawi, que recebeu o comando do governo interino do Iraque das mãos dos EUA há apenas dois meses.

Allawi já ameaçou invadir a mesquita, mas qualquer tomada sangrenta poderia enfurecer a majoritária população xiita e agravar a instabilidade em meio aos preparativos para as eleições de janeiro. A mesquita é o local xiita considerado mais sagrado do Iraque.

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