Um estudo realizado em três Delegacia de Defesa da Mulher (DDMs) de São Paulo, utilizando 9.274 termos circunstanciados, como são registrados as ocorrências, apontou que os casos de reincidência chegam a 16%, publicou o jornal Diário de São Paulo. Segundo especialistas, a causa da repetição, em diversos casos, está ligada à decisão da própria vítima de não levar adiante o processo de punição contra o agressor.
Wânia Pasinato, autora do estudo e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência, da USP (NEV-USP), afirmou que há casos em que mulheres registram mais de duas queixas contra o mesmo agressor. De acordo com ela:
- A partir da segunda queixa é mais comum que a mulher dê andamento ao processo contra o agressor.
Segundo Sílvia Pimentel, professora do departamento de Direito da PUC-SP e membro do Comitê Sobre a Eliminação da Discriminação da Violência Contra Mulher, da Organização das Nações Unidas, a reconciliação pode ser também um risco para a mulher.
Conforme publicado no Diário de São Paulo, os fatores que levam as mulheres, em geral, a desistirem de um eventual processo contra o companheiro agressor são vários, de acordo com especialistas. Para Sílvia, há entre as mulheres e seus agressores um laço muito forte, que dificulta qualquer ação.
- É preciso alertar a vítima de que ela tem o direito de se defender de todos os tipos de violência - diz a pesquisadora.
Estudo diz que 16% das mulheres agredidas voltam para seus maridos
Arquivado em:
Domingo, 06 de Fevereiro de 2005 às 16:46, por: CdB