Cerca de cinqüenta estudantes universitários protestaram nesta quarta-feira, em Brasília, contra a reforma universitária em estudo pelo governo. Eles vaiaram e viraram de costas para o ministro da Educação, Tarso Genro, que discursava num seminário sobre educação no Sistema Único de Saúde (SUS).
André Rocha, estudante de fisioterapia da Universidade Estadual do Pará (UEP), afirma que a proposta do governo de comprar vagas nas universidade privadas para os alunos carentes é uma forma de privatizar a universidade pública.
- Essa verba poderia ser investida na própria universidade pública - afirmou.
O ministro Tarso Genro disse que o protesto é um direito dos estudantes se manifestarem, é uma coisa sadia e faz parte do processo político. O que eles defendem é o mesmo que o governo, a universidade pública.
Genro disse também que os estudantes estão representados pela União Nacional dos Estudantes (UNE) nas negociações da reforma universitária.
- A UNE é nossa parceira nessa discussão e luta por uma reforma que defenda o interesse da maioria da população brasileira. Nós queremos alargar o espaço da universidade pública, ampliar o acesso, para que a população tenha uma universidade pública de qualidade - afirmou.
Na opinião dos estudantes que se manifestaram, a UNE não é mais representativa de todos os segmentos.
- Desde o início da construção da proposta de reforma chamaram apenas a UNE, que tem uma relação muito próxima ao governo e acho que perdeu a autonomia no movimento estudantil - afirmou André Rocha.
Ele disse que o movimento estudantil também luta para melhorar o acesso dos alunos mais carentes à universidade pública, mas com a ampliação de vagas nas universidades públicas e melhoria dos ensinos fundamental e médio.