Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Estresse acelera envelhecimento das células, diz estudo

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Quarta, 01 de Dezembro de 2004 às 09:04, por: CdB
O estresse, como a preocupação de uma mãe com um filho doente, por exemplo, pode adicionar dez anos à idade biológica das células de uma mulher, mostrou uma pesquisa da Universidade da Califórnia.

Isso porque ele é capaz de prejudicar partes do DNA conhecidas como telômeros, que participam no controle da divisão celular.

Segundo os cientistas, que realizaram o estudo a pedido da Proceedings of the National Academy of Science, o estresse pode estar relacionado ao início prematuro de doenças ligadas à idade.

Os telômeros são tiras de DNA na ponta final dos cromossomos, que parecem proteger e estabilizá-los.

Porém, eles diminuem a cada vez que uma célula se divide, até que não sobre mais nada, fazendo as divisões celulares menos confiáveis e aumentando as probabilidades de doenças comuns em idades avançadas.

Mecanismo

Pesquisas anteriores sugeriam que o envelhecimento precoce era em parte causado por estresse, mas não estava confirmado como se dava esse mecanismo dentro do corpo.

Neste estudo, os pesquisadores examinaram 58 mulheres em período anterior à menopausa. Destas, 19 tinham filhos saudáveis, e o restante tinha filhos com doenças crônicas.

Elas completaram questionários falando sobre os níveis de estresse que sentiam no mês anterior.

Amostras de sangue também foram coletadas, para que os cientistas pudessem analisar o DNA e os telômeros de cada uma delas.

Os pesquisadores descobriram que aquelas que diziam enfrentar níveis maiores de estresse psicológico - aquelas que cuidavam de crianças doentes - tinham telômeros menores.

Em média, a diferença do tamanho dos telômeros entre as mulheres que enfrentavam níveis altos e baixos de estresse era o de aproximadamente uma década de envelhecimento.

O grupo com maiores índices de estresse tinha também níveis menores de uma enzima chamada telomerase, que ajuda na manutenção dos telômeros, em suas células do sistema imune.

Os cientistas, liderados por Elissa Epel, disseram que isso significa que as células imunes poderiam funcionar menos e morrer mais cedo.

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