O governo de Damasco e o observatório denunciaram, no último fim de semana, a morte e o sequestro de centenas de pessoas por parte dos radicais
Por Redação, com agências internacionais - de Beirute:
O grupo radical Estado Islâmico libertou 270 dos mais de 400 civis que sequestrou durante ataque à cidade síria de Deir Ezzor, no Noroeste do país, anunciou o chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Rami Abdel Rahman, chefe do observatório, disse que entre os civis libertados estão mulheres, crianças menores de 14 anos e idosos.
Os 400 civis foram sequestrados no último sábado na região de Al Baguiliya, ao norte da cidade de Deir Al Zur, no Noroeste da Síria.
De acordo com o Observatório, o grupo radical mantém ainda em seu poder 130 homens e mulheres.
O governo de Damasco e o observatório denunciaram, no último fim de semana, a morte e o sequestro de centenas de pessoas por parte dos radicais em Al Baguiliya, mas os ativistas negaram as informações, que classificaram de “falsas”.
No último sábado, o Estado Islâmico lançou uma ofensiva contra distritos com baixo controle do regime em Deir Al Zur e conquistou Al Baguiliya.
O observatório informou que as forças governamentais tentaram recuperar vários pontos no sul de Al Baguiliya e um edifício na Universidade Privada da Al-Jazira, nos arredores de Deir Al Zur.
O regime mantém o controle do Aeroporto Militar de Deir Al Zur, os bairros de Al Yura e Al Qusur e o quartel da Brigada 137 do Exército, todos a oeste da cidade, locais onde é estimada a presença de 250 mil a 300 mil pessoas, cercadas há mais de um ano pelos jihadistas.
A organização proclamou, no fim de junho de 2014, um califado na Síria e no Iraque, onde conquistou partes das regiões Norte e Centro.
Salários de jihadistas
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) anunciou que vai reduzir pela metade os salários dos seus membros na Síria e no Iraque, revelou na terça-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma ONG baseada em Londres.
O grupo de monitoramento, que mantém uma rede de informantes por toda a Síria, divulgou o que afirma ser uma declaração na qual a organização extremista anuncia os cortes salariais. "Devido às circunstâncias excepcionais que o Estado Islâmico enfrenta, foi decidido cortar os salários dosmujahedeen pela metade", lê-se no comunicado em árabe, que acrescenta que a decisão vale para todos os jihadistas, independentemente da posição que ocupem.
A nota afirma ainda que a distribuição de ajuda alimentar continuará acontecendo duas vezes por mês, como de costume.
Segundo o ativista Rami Abdel Rahman, que coordena o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o corte significa que os combatentes sírios da organização vão ver seus salários serem reduzidos de US$ 400 para US$ 200 mensais, enquanto os combatentes estrangeiros, que ganham o dobro, passarão a receber US$ 400 em vez dos anteriores US$ 800.
O grupo extremista, que em junho de 2014 proclamou um califado nas zonas sob seu controle no Iraque e na Síria, esforça-se por manter um Estado em funcionamento, com instituições governamentais, hospitais e escolas e pagamento de impostos.
A piora na situação financeira pode ser resultante da intensificação dos ataques aéreos às suas infraestruturas petrolíferas na Síria e no Iraque, uma vez que a coligação liderada pelos Estados Unidos bombardeia instalações da organização em ambos os países, enquanto a Rússia ataca os jihadistas na Síria.
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