Vice-presidente do Brasil, o empresário José Alencar está internado no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova York, onde deverá passar por uma cirurgia ainda esta semana. O quadro clínico do primeiro eventual substituto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também inspira cuidados no ambiente político brasileiro. Setores juridicos do governo têm buscado tranqüilizar parlamentares e empresários quanto às alternativas para qualquer eventualidade no campo da normalidade democrática. Há uma certa inquietação quanto à possibilidade da recuperação do aliado mineiro de Lula se estender além do dia 1º de janeiro, data da posse do governo reeleito.
Após ser operado, Alencar deverá passar por seguidas sessões de radioterapia. Segundo laudo médico, não há sinais de metástase no tumor localizado no abdome, embora os exames tenham constatado uma lesão na próstata, de onde foi retirado um tumor há seis anos. O novo tumor foi diagnosticado por médicos brasileiros, na segunda-feira passada, depois de exames feitos no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Em julho deste ano, Alencar já havia sido submetido a uma cirurgia para a retirada de um sarcoma (tumor maligno) localizado também na região do abdome.
Em entrevista logo após o anúncio de sua vitória nas urnas, Lula elogiou publicamente o seu companheiro de chapa. Lula acentuou que o vice chegou a contrariar ordens médicas para participar de carreatas e outros eventos durante a campanha.
- Quero, de público, agradecer a participação jovial do meu vice-presidente da República. O Zé Alencar, durante o processo eleitoral, fez uma cirurgia, os médicos não queriam que ele fizesse carreata e por onde eu andava, o Zé Alencar já tinha participado como se fosse um menino de 18 anos - disse Lula.
O prazo de internação do vice-presidente, segundo avaliação dos médicos norte-americanos, é de duas semanas.