Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Esquerda precisa de estratégia para chegar ao poder, diz Chávez

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Segunda, 30 de Janeiro de 2006 às 09:34, por: CdB

A esquerda e os movimentos sociais do mundo precisam de uma estratégia para chegar ao poder, a fim de complementar o debate em eventos como o Fórum Social Mundial, disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez. A edição deste ano do Fórum terminou no domingo, em Caracas.

Chávez, que ao lado da pacifista norte-americana Cindy Sheehan foi uma das principais figuras do evento, falou com representantes de uma Assembléia de Movimentos Sociais, a quem também recomendou procurar estratégias de integração das várias tendências e propostas representadas no fórum.

- Somente subindo ao poder...poderemos começar a transformar o mundo. Não vamos fazer sozinhos... nem se fizéssemos este fórum nem 100 fóruns como este todos os dias - disse o militar reformado, que afirmou estar levando seu país de 26 milhões de habitantes na direção de um "socialismo do século 21".

O presidente, que mantém um enfrentamento político com o governo dos Estados Unidos, disse que o fórum é "parte desta luta..., mas para isso temos que acompanhá-lo de uma estratégia para o poder". O Fórum Social foi criado em 2001 como alternativa ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça) e é, de acordo com seus estatutos, um evento de diálogo aberto, não-partidário e não-deliberativo.

Chávez já criticou eventos como as cúpulas presidenciais, dizendo que não tomam decisões firmes e que os presidentes vão "de encontro em encontro" e os povos, "de abismo em abismo". A edição do Fórum em Caracas reuniu grupos com agendas tão diferentes como a defesa do meio ambiente, a proteção dos pequenos agricultores, a defesa das culturas indígenas e afro-caribenhas e os antibelicistas opostos à invasão do Iraque pelos EUA.

Chávez afirmou, em um salão do Círculo Militar de Caracas, que a eleição de Evo Morales como o primeiro presidente da Bolívia de origem indígena deveria ser um exemplo. Parafraseando uma famosa frase de Ernesto "Che" Guevara, um de seus heróis, Chávez disse que a região precisa de "uma, duas, três Bolívias" para contestar as políticas capitalistas "neoliberais" e "selvagens" promovidas por Washington.

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