Apesar da decisão da tendência majoritária do PT de "blindar" os dois dirigentes acusados de compra de votos, correntes de esquerda incluíram o tema na pauta da reunião do Diretório Nacional neste sábado.
Os deputados Chico Alencar (RJ) e Maria do Rosário (RS) já sugeriram o afastamento voluntário dos dois dirigentes. "Quero ver a ira santa do PT do Delúbio, do Silvinho, dos acusados. É isso que as pessoas me cobram nas ruas. O PT está recuado", disse a jornalistas Chico Alencar, do Bloco de Esquerda Parlamentar.
O tesoureiro do Partido, Delúbio Soares, e o secretário-geral, Sílvio Pereira, foram acusados pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de pagar mensalidades a deputados da base aliada em troca da aprovação de projetos do governo.
Ivan Valente, deputado do PT por São Paulo, também defende o afastamento. "Pior é deixar a dúvida."
Pertencente ao Campo Majoritário, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP) tentou afastar o tema. "Qualquer reflexão no sentido de que eles saiam por decisão da diretoria será precipitada", disse.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, seguiu a mesma linha. "Não está na pauta da reunião. A decisão compete exclusivamente a eles."
O Campo Majoritário, liderado pelo ministro demissionário José Dirceu, tem cerca de 60 por cento dos 83 membros do Diretório Nacional que se reúne neste sábado.