Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

'Esparadrapo vivo' cura queimaduras

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Terça, 27 de Abril de 2004 às 00:41, por: CdB

Cientistas britânicos desenvolveram um 'esparadrapo vivo', feito das próprias células dos pacientes, que pode acelerar a cura de queimaduras e de ferimentos causados pela diabete.

Essas ataduras biológicas, a serem lançadas na terça-feira numa reunião da Associação Britânica de Queimaduras, já foram usadas com sucesso em pacientes com queimaduras graves e em diabéticos que têm ferimentos crônicos.

- É uma forma conveniente de usar as próprias células dos pacientes para curar feridas - disse a professora Sheila MacNeil, da Universidade de Sheffield, em uma entrevista.

- Basta pegar células expandidas em laboratório e devolvê-las para as feridas do paciente - falou.

MacNeil, que desenvolveu as ataduras, chamadas Myskin ('minha pele'), com seu colega Robert Short, disse que elas podem ser aplicadas entre cinco e sete dias depois da retirada das células, que crescem em discos especiais em laboratórios.

Depois que a atadura é aplicada ao ferimento, os discos liberam as células e permitem que novas camadas de pele cresçam nas áreas danificadas. A atadura é removida depois que as células migraram para o ferimento.

Há vários anos os médicos usam células dos pacientes para curar feridas. A Myskin, desenvolvida ao longo de dez anos, leva essa técnica além, por cultivar as células em uma superfície de bandagem e colocá-las diretamente nos ferimentos.

- Você consegue uma cura muito mais rápida do que teria sem ela - disse MacNeil.

A Myskin já foi usada com sucesso em um menino que sofreu um acidente numa fogueira, atingindo pernas e peito. Um rapaz de 28 anos que tinha um problema semelhante e um homem de 80 anos, com queimaduras graves na face e no corpo, também se beneficiaram.

As ataduras biológicas também ajudaram na cura de diabéticos que têm úlceras crônicas. Só na Grã-Bretanha, três milhões de pessoas sofrem de ferimentos crônicos, e cinco mil diabéticos perdem o pé ou parte dele por causa disso.

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