Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Espanha retira todas as suas tropas do Iraque

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Sexta, 21 de Maio de 2004 às 13:37, por: CdB

Quase uma semana antes do previsto, a Espanha completou hoje sua retirada militar do Iraque com a saída dos últimos 600 soldados da base de Diwaniya, 180 quilômetros ao sul de Bagdá. A região desocupada para a ser controlada pelas forças americanas.

O ministério da Defesa informou que os 600 últimos soldados que permaneciam na "Base Espanha" cruzaram a fronteira do Iraque com o Kuwait, o que encerrou a retirada.

Estes foram os últimos integrantes do Contingente de Apoio à Retirada (Conapre), que chegaram às 15h hora local (8h no horário de Brasília) ao emirado, de onde partirão em breve para a Espanha.

O ministro espanhol da Defesa, José Bono, informou pouco antes ao presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que sua ordem de retirar as tropas espanholas do Iraque fora cumprida quase uma semana antes do inicialmente previsto.

Anteriormente, a primeira vice-presidente do governo, María Teresa Fernández de la Vega, afirmou que desta maneira "se completará a missão e o governo terá cumprido seu compromisso" de que não manter tropas espanholas em território iraquiano depois do dia 27 de maio.

A vice-presidente destacou que "o presidente do governo (José Luis Rodríguez Zapatero) ordenou há cinco semanas que as tropas voltassem no menor tempo possível e com a maior segurança", e que a operação se realizou com eficácia e rapidez.

Ao término da reunião semanal do gabinete, María Teresa não quis dar mais detalhes sobre com que meios e por quais vias ocorreu a retirada final e a entrega da base às forças americanas, por razões de segurança.

A retirada dos 1,3 mil soldados espanhóis que faziam parte das forças estrangeiras de ocupação no Iraque foi uma promessa eleitoral de Zapatero antes das eleições de 14 de março, em que derrotou o conservador Mariano Rajoy.

As tropas, mobilizadas na província de Al-Qadisiya, foram enviadas por seu antecessor no cargo, José María Aznar, um dos principais aliados do presidente americano, George W. Bush, e que apoiou a operação militar para derrubar Saddam Hussein.

A Espanha mantinha no Iraque cerca de 1,3 mil soldados integrados na Brigada "Plus Ultra", da qual também faziam parte contingentes de El Salvador, Honduras, Nicarágua e a República Dominicana.

Hondurenhos e dominicanos seguiram os passos da Espanha depois do anúncio de Zapatero e os nicaragüenses também decidiram voltar por problemas de financiamento de seu contingente.

A saída das tropas não esteve isenta de perigos e ontem, um sargento ficou levemente ferido quando o veículo no qual viajava foi atacado por um grupo de insurgentes ao sul da base.

O retorno das tropas começou no dia 13 de maio com a chegada à Espanha de 144 militares e as operações militares terminaram três dias depois, quando as funções operacionais da "Base Espanha" passaram a depender das tropas americanas.

Desde o envio da maioria das tropas em julho de 2003, a Espanha destinou ao Iraque mais de 4,7 mil militares, sendo que a maior parte, 2,6 mil, fazia parte das brigadas Plus Ultra I e II, que cumpriram oito meses de missão de estabilização e reconstrução no país árabe.

A presença militar espanhola no Iraque começou em abril de 2003, três semanas depois do início da invasão, quando a embarcação "Galícia" da Marinha chegou ao porto iraquiano de Um Qasar (no sul do país), à frente de uma força de "apoio humanitário".

Onze espanhóis pertencentes a diferentes corpos de segurança morreram em diversos incidentes desde que as tropas espanholas chegaram ao território iraquiano.

O atentado mais grave ocorreu no dia 29 de novembro de 2003, quando sete agentes dos serviços secretos espanhóis morreram e outro ficou ferido no ataque de insurgentes aos veículos em que viajavam na localidade de Latifiya, ao sul de Bagdá.

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