Cinco homens presos por possível envolvimento nos atentados em Madri na semana passada serão levados a um tribunal nesta quinta-feira.Três marroquinos e dois indianos terão uma audiência preliminar a portas fechadas.
O governo considera que esta é uma ``fase decisiva'' na investigação do pior ataque guerrilheiro da Europa Ocidental em mais de 15 anos. As bombas em trens da capital espanhola mataram 201 pessoas e feriram mais de 1.750.
A repercussão política das explosões ajudou a provocar uma reviravolta eleitoral, impulsionando a vitória de um líder socialista que prometeu retirar as tropas espanholas do Iraque. O primeiro-ministro eleito, José Luis Rodríguez Zapatero, enfrenta críticas dos Estados Unidos quanto à sua posição, que foi uma de suas promessas de campanha.
O provável candidato democrata à Presidência dos EUA, John Kerry, pediu nesta quarta-feira para Zapatero reconsiderar a decisão, afirmando que ele deveria ``enviar uma mensagem de que os terroristas não podem vencer com seus atos de terror''.
O trauma das explosões ainda pode se percebido nos trens que chegam a Madri provenientes da cidade de Alcala de Henares. ``Estou muito, muito assustada, mas é preciso continuar. O que mais podemos fazer?'', perguntou a faxineira colombiana Martha Lorena, que embarcou pela primeira em um trem para Madri desde os ataques. Ela perdeu uma amiga e estaria em um dos trens atingidos se não tivesse levado a filha ao médico.
A polícia espanhola procura cerca de 20 marroquinos, que também podem estar ligados ao ataque de maio em Casablanca, o qual deixou 45 mortos.
Os cinco suspeitos presos - incluindo um marroquino de nome Jamal Zougam - deverão votar à cadeia depois da audiência desta quinta-feira. Já Imad Eddim Barakat Yarkas, também conhecido como Abu Dahdah - descrito como líder da Al Qaeda na Espanha e acusado de participação nos ataques de 11 de setembro nos EUA - deverá comparecer a uma corte separadamente na quinta-feira, segundo o jornal El Pais.