Após a declaração de independência da Catalunha, Carlos Puigdemont, presidente do governo regional destituído, pode ser acusado de crime de rebelião, com pena de até 30 anos de prisão
Por Redação, com DW - de Madri:
O chefe do governo destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, poderá ser preso dentro dos próximos dois meses em razão da decisão do Parlamento local de declarar a independência de forma unilateral.
O alerta do governo espanhol veio no domingo; enquanto milhares de pessoas participavam de manifestações nas ruas de Barcelona defendendo a unidade da região com a Espanha.
Na sexta-feira, o Parlamento regional da Catalunha aprovou a independência da região; numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional. Ao mesmo tempo, em Madri, o Senado espanhol dava a autorização ao governo para aplicar o artigo 155º da Constituição; com o objetivo de restituir a legalidade na região autônoma.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, destituiu Puigdemont e seu governo; convocando eleições regionais para o dia 21 de dezembro. Segundo o ministro do Exterior do país, Alfonso Dastis, citado pela agência de notícias Associated Press, o líder catalão poderá; em tese, concorrer às eleições, desde que a Justiça do país permitir que ele permaneça em liberdade.
Rebelião
Promotores espanhóis afirmaram na sexta-feira que Puigdemont pode ser acusado criminalmente de liderar uma rebelião; um crime com pena de até 30 anos de prisão.
– Não sei o que ocorrerá até 21 de dezembro – afirmou Dastis. "Se ele não for preso até lá, acho que não estará inelegível".
Puigdemiont afirmou não aceitar o afastamento imposto por Madrid e pediu aos catalães que façam uma "oposição democrática e "continuem defendendo as conquistas alcançadas até hoje".
Nesta segunda-feira, o líder catalão publicou na rede social Instagram uma imagem sua no interior da sede do governo regional em Barcelona; acompanhada apenas de uma mensagem de "bom dia". Não se sabe ainda se a fotografia é atual ou se teria sido registrada anteriormente.
Um grande número de jornalistas concentrados em frente ao Palau de La Generalitat, a sede do executivo regional, aguarda para registrar uma possível tentativa de Puigdemont de entrar no edifício.