O candidato do Kremlin ganhou a eleição presidencial na Chechênia, conforme era esperado, mas terá pela frente uma difícil batalha para manter a abalada região sob controle e conter uma rebelião separatista.
A comissão eleitoral informou que, de acordo com os resultados preliminares recebidos de todas as seções eleitorais e divulgados nesta segunda-feira, o ex-ministro local do Interior, Alu Alkhanov, teve 73,48% dos votos.
- Pode-se dizer agora, com certeza, que a Chechênia elegeu um presidente no primeiro turno - disse a repórteres o chefe da comissão eleitoral, Abdul-Kerim Arsakhanov. O comparecimento foi de 85,2%.
Alkhanov, 47, é um policial de carreira apoiado pelo presidente Vladimir Putin que tentará conquistar parte do prestígio de seu antecessor, Akhmad Kadyrov. Ele foi assassinado em maio.
- Sinto uma carga enorme de responsabilidade - afirmou o presidente eleito, segundo a agência de notícias Itar-Tass, após a divulgação dos primeiros resultados.
- Não sinto euforia. Há um claro entendimento de que há muito trabalho duro adiante - ressaltou.
Arsakhanov disse que as eleições foram livres e justas. Mas Movsur Khamidov, autoridade de alto escalão do serviço de segurança FSB e que ficou em segundo, com 9% dos votos, questionou o resultado.
- Meus observadores notaram muitas violações durante a eleição, incluindo cédulas falsas -declarou ele a repórteres.
A eleição aconteceu em meio a um cenário de luta na Chechênia e após a queda de dois aviões na Rússia, em que pelo menos 89 pessoas morreram. Investigadores disseram que foram encontrados vestígios de explosivos nos aviões e muitos russos atribuem os desastres a ações de separatistas chechenos.
Separatistas assassinaram Kadyrov em um ataque com bomba em maio e já prometeram matar Alkhanov também.
- Como da última vez, as autoridades estarão assinando a sentença de morte do homem que escolherem. Nem eleições nem as atuais políticas russas na Chechênia trarão os resultados desejados - disse recentemente o enviado rebelde Akhmed Zakayev.
Alkhanov afirmou à Tass que não vê perspectivas de negociações com o líder rebelde Aslan Maskhadov ou com guerrilheiros.
O presidente eleito disse que, além de garantir a segurança dos chechenos, seu governo manterá a atenção na reativação da economia e na criação de 150 mil novos empregos nos próximos cinco anos.