O Departamento de Aviação Civil do Equador autorizou a aterrissagem do avião da Força Aérea Brasileira que vai ao país resgatar o presidente deposto, Lucio Gutiérrez, para o exílio, em Brasília.
A autorização vale até segunda-feira, e a aeronave poderá sobrevoar ou pousar nos aeroportos Mariscal Sucre, em Quito, e Simón Bolívar, em Guayaquil. O avião segue estacionado na base de Porto Velho, de onde deve decolar nas próximas horas.
Agora, falta apenas o salvo-conduto chegar às mãos das autoridades brasileiras. O documento já teria sido concedido, segundo fontes oficiais.
Segundo diplomatas brasileiros, o clima em frente à residência do embaixador brasileiro, Sérgio Florencio Sobrinho, é "mais calmo", e o esquema de segurança para retirar Gutiérrez do país já está pronto.
O plano, porém, não será revelado até que o ex-presidente esteja em segurança, dentro do avião da FAB que o levará a Brasília. O embaixador brasileiro acredita que o embarque ocorrerá ainda neste final de semana. O salvo-conduto já teria sido emitido, mas ainda não chegou às mãos do embaixador.
"O clima está mais tranqüilo hoje, o que é mais um fator de otimismo", disse Florêncio à Globonews.
O avião da Força Aérea Brasileira aguarda em Rondônia a autorização para decolar rumo a Quito, de onde Gutiérrez será trazido ao Brasil. O asilo territorial foi concedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na noite de sexta-feira, manifestantes impediram que o Sobrinho saísse de sua casa, na qual Gutiérrez está refugiado.
Sobrinho tentou sair de sua residência oficial em um veículo 4x4 com seu motorista. Os manifestantes cercaram o carro quando este saiu na Avenida 12 de Octubre e obrigaram o motorista a voltar para a casa, apesar dos esforços da polícia que protege a residência diplomática para separá-los e facilitar a saída do embaixador.
Há dois dias, dezenas de manifestantes se colocaram em frente à Embaixada do Brasil para impedir a saída de Gutiérrez, destituído na quarta-feira passada pelo Parlamento em uma decisão constitucionalmente duvidosa.
Os manifestantes que na sexta-feira à noite aumentaram em número e chegaram a várias centenas acusam Gutiérrez de "ditador", "corrupto" e "assassino" e pedem que seja processado pela justiça equatoriana.