Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Engenheiros são contra a exploração de petróleo no país por estrangeiros

Arquivado em:
Terça, 10 de Agosto de 2004 às 14:09, por: CdB

A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) promove na próxima 5ª feira uma manifestação no Rio de Janeiro. Eles protestarão contra a realização da 6ª Rodada de Licitações para Exploração de Petróleo e Gás, que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem programada para os próximos dias 17 e 18.

O presidente da Aepet, Heitor Pereira, disse nesta terça-feira que a entidade mantém sua posição contrária aos leilões porque o petróleo é um produto estratégico para garantir a soberania nacional. Segundo Pereira, a Aepet não concorda com o fato de o petróleo nacional ser entregue aos gringos, principalmente aos anglo-saxões.

Heitor questionou como o país pode comprar petróleo a US$ 44,37 o barril no mercado internacional, de acordo com a cotação de hoje, para satisfazer os estrangeiros, enquanto o custo da produção nacional é de US$ 13,00 o barril?

- Isso é um crime de traição nacional entregar o nosso petróleo para os americanos e ingleses - afirmou, definindo o leilão como "um negócio criminoso contra os interesses do Brasil".

O presidente da Aepet analisou que, embora não seja um produtor como a Arábia Saudita, o Brasil já vem exportando em torno de 70 mil barris diários de petróleo. Em conjunto com outras 70 entidades a Aepet encaminhou pedido de adiamento do leilão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que o projeto seja discutido com a sociedade.

Os engenheiros da Petrobrás participam também, na próxima segunda-feira, dia 16, de um movimento da Federação Única dos Petroleiros (Fup) contra a sexta rodada de petróleo e gás, que consiste numa parada simbólica das atividades em todo o país.

Pereira argumentou também contra o leilão o fato de estarem incluídos na licitação os chamados blocos azuis, que foram devolvidos à ANP pela Petrobras após a realização do trabalho de sísmica.

- A Petrobrás descobriu tudo, mapeou tudo, e agora o governo vai dar para os gringos - disse.

Ainda segundo a Aepet, o critério de pontuação para o item Conteúdo Local, tal como foi colocado no edital do leilão, dá margem a "suscitar maracutaia" no resultado do pregão, diz Pereira. Segundo os engenheiros da estatal, deve ser dado à indústria nacional tudo o que ela possa fornecer.

Em carta enviada ao diretor-geral da ANP, Embaixador Sebastião do Rego Barros, a Aepet afirma que, "considerando que a sexta licitação envolve blocos que podem possuir elevado potencial petrolífero oferecidos ao mercado internacional, se impõe que sejam definidos dispositivos nos critérios de julgamento que evitem a ocorrência de "manipulações legalmente desonestas", evitando-se lesões irreparáveis ao patrimônio público".

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo