Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Enfermeiras são condenadas à morte na Líbia

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Terça, 19 de Dezembro de 2006 às 19:06, por: CdB

Uma corte de Justiça na Líbia condenou nesta terça-feira cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino à pena de morte por terem infectado centenas de crianças líbias com o vírus do HIV. Os acusados ainda podem apelar da decisão na Suprema Corte do país.

- Após rever os documentos e ouvir os argumentos de advogados de ambos os lados, a corte decidiu pelas sentenças de morte -, disse o juiz Mahmoud Haouissa na capital da Líbia, Trípoli.

- Eles espalharam a doença que causou a morte de mais de uma pessoa -, completou.

Parentes das crianças infectadas comemoraram a decisão. Mas Franco Frattini, o comissário de Justiça da União Européia, se declarou "chocado" com o veredicto e disse que ele pode ser um obstáculo para as relações entre o bloco e a Líbia.

- Eu espero que o governo líbio repense esta decisão -, disse ele.

O ministro das Relações Exteriores da Bulgária, Dimiter Tanchev, que estava presente no julgamento, pediu pela intervenção do governo líbio.

- O prolongamento deste caso por oito anos é um argumento forte o suficiente para que as instituições líbias e a liderança do país se envolvam -, disse ele.

Os profissionais de saúde estão presos desde 1999. Desde essa época, 52 das 426 crianças infectadas na cidade de Benghazi morreram. Eles haviam sido condenados à morte em 2004, mas a Suprema Corte libanesa anulou a decisão após protestos contra a falta de lisura do julgamento.

O médico e as enfermeiras negam as acusações e dizem estar sendo responsabilizados pela falta de higiene dos hospitais líbios. Eles foram acusados pelo líder líbio Muamar Khadafi de receber ordens da CIA e do serviço secreto israelense, Mossad. A teoria foi apresentada pelo próprio Khadafi, e usada como base para o julgamento.

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