O presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, acredita que o leilão desta terça-feira vai garantir uma transição "suave, gradual, mas segura" dos preços da energia de empreendimentos existentes para os que serão definidos nos novos projetos de geração a serem licitados em 2006. O leilão, realizado em um hotel de luxo em São Paulo, vai abranger 60% da energia que será distribuída aos consumidores do país nos próximos três anos.
- Vamos dizer que a energia dos novos projetos poderia subir dois, mas com o leilão vai subir um - exemplificou Rondeau durante conversa com jornalistas que acompanhavam a chegada de executivos para o leilão. - Queremos evitar um salto no preço com a energia nova - disse.
Ele negou a possibilidade de orquestração de preços entre as geradoras federais da holding Eletrobrás, justificando que cada uma delas tem características próprias. Um grande esquema de segurança foi montado pelo governo no hotel. Os representantes das empresas que vão participar do leilão vão ficar em quartos isolados, sem qualquer comunicação com a empresa.
- O grupo Eletrobrás não entra como um bloco - afirmou.
Ele evitou estimar preços para os contratos de energia de oito anos com início em 2005, 2006 e 2007.
- Não são números cabalísticos. Logicamente que se procura o equilíbrio - comentou, lembrando que o governo defende a "modicidade tarifária".
A geradora Furnas terá entre 5 mil e 7 mil megawatts médios disponíveis para levar a leilão, seguida da Chesf, com aproximadamente o mesmo volume, depois a Eletronorte e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE).