Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

EI busca ativos de petróleo fora de reduto na Síria

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Quarta, 16 de Dezembro de 2015 às 08:40, por: CdB

Os Estados Unidos estão examinando cuidadosamente quem controlava os campos, oleodutos, rotas de caminhões e outras infraestruturas

Por Redação, com agências internacionais - de Beirute: O Estado Islâmico está buscando possíveis ativos de petróleo vulneráveis na Líbia ou outros lugares fora do reduto do grupo militante na Síria, onde controla cerca de 80 % dos campos de petróleo e gás, disse uma autoridade dos Estados Unidos na terça-feira. A autoridade, que falou a repórteres em Washington sob condição de anonimato, disse que os Estados Unidos estão examinando cuidadosamente quem controlava os campos, oleodutos, rotas de caminhões e outras infraestruturas em locais que podem ser vulneráveis a ataques. Esses locais incluem a Líbia e a Península do Sinai, acrescentou a autoridade. – Eles estão analisando ativos de petróleo na Líbia e outros lugares. Estaremos preparados – disse. Os Estados Unidos estimaram que o Estado Islâmico estava vendendo até US$ 40 milhões mensais de petróleo.
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Terminal de petróleo em Zueitina, Líbia, uma das áreas que, segundo os EUA, o Estado Islâmico pode buscar ativos

Resolução contra o EI

Um projeto de resolução da ONU, que será submetido na quinta-feira (17) ao Conselho de Segurança, visa “explicitamente” ao grupo radical Estado Islâmico e ao seu financiamento por meio do comércio de petróleo, disse nesta quarta-feira o ministro das Finanças francês, Michel Sapin. Em entrevista à AFP, ele disse contar com a “pressão internacional” para levar os estados a atacar esse problema, sob pena de sanções. O Conselho de Segurança vai com essa resolução enviar “uma mensagem política muito firme e muito forte: a luta contra o financiamento do terrorismo é uma das prioridades do conjunto dos membros das Nações Unidas e cada Estado deverá implementar as medidas necessárias", disse Sapin. – A pedido da França e no âmbito de uma relação muito estreita ([com Paris) – após os atentados de 13 de novembro, os Estados Unidos, que asseguram em dezembro a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, organizaram esta reunião, na qual participam "pela primeira vez" os ministros das Finanças dos 15 estados membros, destacou. O texto, que se baseia numa resolução anterior que tinha como alvo a Al Qaeda, "será estendido explicitamente ao Estado islâmico" e permitirá, em particular, "o congelamento dos bens que sejam, de uma forma ou de outra, provenientes do tráfico do petróleo”, revelou Sapin. – Além disso, será pedida aos estados uma vigilância particular sobre o tráfico de obras de arte que podem alimentar grandes movimentos como o Estado Islâmico – acrescentou. O ministro das Finanças francês, que fez da luta contra o financiamento do terrorismo um dos seus principais objetivos após os ataques contra o jornal satírico Charlie Hebdo e um supermercado judaico em janeiro, em Paris, está convencido de que os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas vão aprovar o texto por unanimidade.

Combater Assad e Rússia

As tropas de elite que estão instaladas na Síria podem começar a ajudar ao Exército Livre da Síria (ELS) na sua luta contra as forças governamentais quando o Daesh for derrubado, opina o analista político George Masse.

 – A posição dos EUA ainda está obscura. Podem ajudar o ELS embora saibam que há islamistas lá. Se começarem a ajudá-los, [os seus esforços conjuntos] não serão destinados contra o Estado Islâmico mas contra o Exército sírio e os russos – disse à agência RIA Novosti o analista político da Universidade Americana de Ciência e Tecnologia em Beirute.
O especialista pensa que mesmo que agora as Forças Especiais dos EUA estão combatendo ao EI no futuro lutarão contra o Exército sírio e o fato de que os EUA deram mísseis antitanque ao rebeldes prova essa versão. Na opinião de Masse, os norte-americanos observarão a situação tendo em conta onde os sírios e os russos avançam e depois prestarão mais apoio militar ao outro lado que são terroristas islamistas. O analista disse que depois de a Rússia começar a sua operação aérea na Síria, os EUA e seus aliados ajustaram a sua estratégia no terreno por temor de não poder fazer nada e ficaram observando os avanços da Rússia que pode tomar controle no terreno.

Após longa conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na terça-feira, em Moscou, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, demonstrou que os EUA parecem ceder em sua posição sobre o conflito sírio.

 O chanceler concedeu uma entrevista à mídia de seu país e disse que os EUA não buscam uma mudança de regime na Síria. Kerry afirmou ao canal ABC News que o governo norte-americano vê a questão síria de forma muito semelhante a Moscou.

– Apesar das diferentes posições dos nossos países, temos mostrado que EUA e Rússia estão se movendo na mesma direção – disse Kerry.

No mesmo dia, o secretário de Estado norte-americano ainda se encontrou com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Kerry exaltou os benefícios para o mundo quando “nações poderosas podem encontrar uma base comum”. O chanceler da Rússia reafirmou o compromisso do país com os acordos de Viena. Kerry também destacou que o Daesh (também conhecido como Estado Islâmico, grupo terrorista proibido na Rússia) era uma ameaça para todas os países. “São os piores terroristas. Não deixam escolha para as nações civilizadas a não ser se unirem e destruí-los.”      
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