Em palestra realizada para alunos da Universidade Católica de Salvador (Ucsal), na noite desta sexta-feira, o publicitário Duda Mendonça confessou que tem "muita coisa entalada na garganta", mas quer esperar o momento certo para falar tudo. Aos alunos de marketing político, o publicitário falou de sua revolta com a CPMI dos Correios e avisou que vai votar em Lula.
- Fui acusado de muita bobagem e besteira na CPI. Só batiam em mim e eu parecia um pateta porque não podia falar para não ser preso. Conheço todos eles e, no momento certo, vou abrir a boca e dar a resposta, porque não temo nada - disse o publicitário.
Na palestra para alunos de pós-graduação do curso de marketing político, Duda Mendonça revelou que não fará mais campanhas políticas no país, mas deverá manter o seu escritório para a realização de trabalhos no . Ele também reafirmou, durante a palestra, que o seu maior erro foi "dizer toda a verdade" no primeiro depoimento prestado à CPI.
- Eu não sei até que ponto vale a pena dizer a verdade nestes casos. Vasculharam a minha vida, quebraram o meu sigilo, violaram tudo e não encontraram nada. Eu sou um dos poucos que falaram a verdade e fizeram esse carnaval em cima de mim - acredita.
Demonstrando mágoa com os momentos em que foi interrogado pelos parlamentares, Duda disse que parecia que estava em um "corredor polonês, tomando porrada de todos os lados".
Depois de comparecer à CPMI dos Correios, por duas vezes, é a primeira vez que o publicitário se pronuncia publicamente. Ele foi indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de crime contra o sistema financeiro e evasão de divisas, mesma diretriz adotada pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPMI. Mendonça criticou, sem citar nomes, parlamentares da comissão.
- Vou votar no Lula. Vou torcer para o Lula ser reeleito - diz ele.
O publicitário acredita que José Serra, candidato ao governo do Estado de São Paulo, seria um adversário mais fácil para o presidente Lula na disputa pela Presidência. Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, poderá surpreender, segundo afirmou.
- Alckmin é o novo. E deve se unir a outros nomes, como Garotinho (PMDB-RJ), Paulo Souto (governador da Bahia, PFL) e Aécio Neves (governador de MG, PSDB). Vamos presenciar uma das maiores guerras de nossa história. Existe um partido que tomou o poder e outro que está louco para recuperar - prevê.