Ainda sem completar um ano à frente da prefeitura, o tucano rebelde João Doria conseguiu desabar quase dez pontos percentuais na aprovação quanto ao seu método de administrar a cidade.
Por Redação - de São Paulo
Os ataques aos mendigos paulistanos com jatos de água fria, em pleno inverno; suas respostas destemperadas às primeiras críticas; e agora, a série de viagens em busca de uma chance de se tornar presidenciável, estes fatores abateram o prefeito da capital paulista, João Doria, na pesquisa do Instituto Datafolha. No estudo, divulgado neste domingo, Doria segue ladeira abaixo no conceito dos eleitores.
Ainda sem completar um ano à frente da prefeitura, o tucano rebelde João Doria conseguiu desabar quase dez pontos percentuais na aprovação quanto ao seu método de administrar a cidade. Vestir-se de gari e pintar a cidade de cinza tornaram-no apenas uma figura patética, à beira do ridículo, na opinião da maioria dos eleitores.
Viagens demais
Segundo o Datafolha, ele despencou para 32% em aprovação. Saiu de 41%. A rejeição aumentou para 26%. Estava em 22%. E os que o consideram regular ficam em 40%. Eram 34%.
A agenda do prefeito, fora da cidade que o elegeu para administrá-la; sua truculência ao revidar as menores críticas; sua arrogância com os mais pobres foram fatores decisivos para a queda. O resultado é que 49% dos paulistanos entendem que as ausências prejudicam São Paulo.
Na contramão das percepções do candidato, 77% dos paulistanos veem somente benefício pessoal nas viagens que faz. Apenas 14% consideram o contrário. Metade dos entrevistados acredita que ele viaja mais do que deveria.
Alckmin
Ainda segundo a pesquisa Datafolha deste domingo, outro ponto desencoraja a candidatura de João Doria à Presidência da República. Segundo o estudo, 54% dos eleitores acreditam que o governador Geraldo Alckmin seria melhor candidato. Somente 31% preferem o prefeito, que sai com fama de traidor de seu padrinho político.
"A avaliação dos dois tucanos, aliás, se igualou no levantamento feito agora na capital. O governador subiu de 27% para 31% de ótimo/bom, enquanto o prefeito caiu para 32%. Reprovam Alckmin 28%, e 40% veem sua gestão como regular –Doria marca 26% e 40%, respectivamente", diz a avaliação da pesquisa.
"Essa igualdade é registrada também na nota média dada pelos entrevistados aos tucanos. Ambos cravam 5,4 no gosto do paulistano, embora Alckmin suba e Doria desça em relação à pesquisa do Datafolha de junho”, conclui.