O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, advertiu, no mês passado, que aumentar as sanções a Moscou complicaria seu esforço para endireitar as relações
Por Redação, com EFE - de Washington:
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoia um projeto de lei anunciado no dia anterior pelas duas câmaras do Congresso norte-americano para aumentar as sanções à Rússia, devido em parte à sua suposta ingerência nas eleições do país, disse neste domingo a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. As informações são da Agência EFE.
– Apoiamos o projeto de lei tal como está agora – afirmou Sanders, em entrevista à emissora de televisão ABC News. A Casa Branca tinha se oposto a uma versão anterior do mesmo projeto, devido sobretudo ao fato de que o plano limitava a capacidade de Trump de suspender as sanções à Rússia.
O novo projeto de lei, que inclui também novas sanções ao Irã e à Coreia do Norte, mantém esse limite. Se Trump quiser suspender as restrições ou fazer mudanças “significativas” na política para a Rússia, deverá informar ao Congresso e este teria 30 dias para decidir se lhe permite fazê-lo.
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, advertiu, no mês passado, que aumentar as sanções a Moscou complicaria seu esforço para endireitar as relações com a Rússia. Instou os legisladores a dar “flexibilidade” a Trump para desenvolver sua política exterior. No entanto, Sanders assegurou que o governo de Trump “apoia ser duro com a Rússia. Em particular, impor estas sanções”.
– A legislação original estava mal concebida, mas pudemos trabalhar com a Câmara de Representantes e o Senado. A administração está satisfeita de ter podido fazer isso e ter feito mudanças que eram necessárias – destacou a porta-voz. “Seguiremos trabalhando com a Câmara e o Senado para impor essas duras sanções à Rússia até que se resolva a situação na Ucrânia. Algo que, por enquanto, não ocorreu”, acrescentou.
Texto
O novo texto, que será votado nesta terça-feira, na Câmara, e pouco depois no Senado. Imporia sanções à Rússia não só pela sua interferência nas eleições presidenciais de 2016. Mas também por sua atividade militar no leste da Ucrânia e sua anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014. A lei sancionaria ainda os russos implicados em violações de direitos humanos, responsáveis de ciberataques. Indivíduos que tenham fornecido armas ao regime sírio de Bashar al Assad.
A votação será feita sob um procedimento expresso reservado para projetos de lei que contam com muito respaldo. E se espera que seja aprovado por uma maioria de dois terços em ambas câmaras. Um apoio suficientemente amplo para invalidar qualquer veto que Trump pudesse decidir impor sobre a legislação.
A Casa Branca parece ter decidido que, ainda se Trump mantiver sua capacidade de veto. Não lhe conviria fazê-lo em um momento que há investigações abertas do FBI e do Congresso sobre os seus supostos laços com a Rússia.
Irã e Coreia do Norte
Quanto ao Irã, o projeto de lei impõe sanções financeiras e proíbe a entrada nos EUA de pessoas implicadas no programa de mísseis balísticos de Teerã e daqueles que negociem com eles.
Lei
A lei também obrigaria o governo norte-americano a aplicar sanções à Guarda Revolucionária do Irã por seu “apoio do terrorismo”. A sancionar violadores de direitos humanos.
Por último, o projeto proibiria a entrada nos Estados Unidos de bens produzidos com uso de trabalhos forçados na Coreia do Norte. Também vetaria a chegada a portos norte-americanos de barcos norte-coreanos ou provenientes de países que não implementem as resoluções da ONU contra Pyongyang.