Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Diretor da Abin chama membros da CPI de "bestas-feras"

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Quarta, 13 de Julho de 2005 às 17:31, por: CdB

Os parlamentares da CPI dos Correios reagiram com indignação nesta tarde a uma nota assinada pelo diretor-geral da Abin, Mauro Marcelo de Lima e Silva, no qual ele chama os membros da comissão de "bestas-feras em pleno picadeiro".

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por sua vez chamou Mauro Marcelo de "destrambelhado" e disse que se ele fosse funcionário do Senado, já estaria demitido.

A declaração do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência consta de uma mensagem que circulou na intranet da Abin no último dia 6, com o objetivo de defender o funcionário Edgar Lange, que havia prestado depoimento à CPI na véspera.

Uma cópia da mensagem foi levada à CPI pelo líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). Mais tarde, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ministro Jorge Armando Félix, encaminhou à CPI uma cópia da mensagem de Marcelo Mauro provando sua autenticidade. Em seu ofício, Félix não informou se estaria tomando alguma providência sobre o episódio.

"Os estragos à atividade profissional do Lange, mais os estragos à nossa reputação, só poderão ser avaliados com o tempo", disse Mauro Marcelo na mensagem interna da agência.

"Neste exato momento, o que devo fazer é elogiar a conduta do profissional Lange, como um verdadeiro herói ao enfrentar as bestas-feras em pleno picadeiro. E estou, pessoalmente, tentando entender a falta de empenho da AGU (Advocacia Geral da União) na proteção do nosso servidor", acrescenta o diretor-geral.

Parlamentares da oposição e da base aliada pediram aos presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e do Senado e ao próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomem as medidas legais cabíveis.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu a cabeça de Mauro Marcelo. "Se o que está aqui é verdade, o presidente da República tem que demitir ele hoje", disse Simon na CPI.

RENAN

Renan convocou uma coletiva para rebater as declarações do diretor-geral da Abin.

"Se esse destrambelhado fosse funcionário do Senado Federal, ele já estaria demitido", disse Renan a jornalistas. Segundo ele, estão sendo analisadas "medidas judiciais" contra Mauro Marcelo.

"Eu queria repelir a insolência, o Congresso está fazendo tudo para investigar os escândalos, de modo que nós não vamos aceitar afronta", acrescentou Renan.

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