Ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, avaliou a necessidade de ampliar alianças do PT com outros partidos no Congresso Nacional e disse que não houve mudança no programa de governo do presidente Lula devido às necessidades de negociação com os parlamentares.
- Até agora não houve nenhuma mudança no programa de governo por causa da base parlamentar - enfatizou durante as comemorações dos 25 anos do PT, no teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife.
Depois de lembrar as lutas históricas, vividas pelo Brasil nas últimas décadas, o ministro disse que 2005 é um ano importante para o governo.
- É o ano de implementar os programas sociais, renovar a eficiência da gestão da máquina administrativa, aumentando, inclusive, o combate à corrupção e ao tráfico de influência, investir em infra-estrutura e avançar nos setores de educação e de ciência e tecnologia, para financiar o desenvolvimento - disse.
Segundo ele, para cumprir essas metas, é preciso ampliar alianças com outros partidos no Congresso Nacional para fortalecer a base aliada. Dirceu afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a responsabilidade de ir além de uma "revolução social no país, combatendo a fome, a pobreza e distribuindo renda". Ele defende que é preciso ainda sustentar um projeto amplo de desenvolvimento nacional.
De acordo com Dirceu, o governo interrompeu o programa de privatizações, está reorganizando o sistema financeiro, fortalecendo o mercado interno e valorizando a empresa nacional. No entanto, o ministro enfatizou que o projeto desenvolvimento nacional só terá futuro se estiver atrelado à política de mudanças democráticas e sociais.
- Crescimento econômico com o povo na pobreza não pode significar prosperidade - declarou.
Nesta sexta, durante coletiva para anunciar as comemorações dos 25 anos do partido, o presidente do PT, Jose Genoino, disse que as alianças com outros partidos são necessárias para que o governo possa cumprir a agenda de prioridades, visando garantir a implementação de projetos que busquem crescimento e a geração de emprego e renda.
- O PT é protagonista desse governo, junto com os demais partidos de esquerda, portanto não estamos nos diluindo nem deixando de ser a força principal, mas reconhecemos que é preciso fazer alianças com outras legendas, sem contrariar nossos valores - disse.
Genoino ressaltou que o partido sabe fazer acordos políticos sem perder sua identidade. "Com a reforma, estamos buscando, na verdade, uma parceria política com aliados dentro e fora do Congresso Nacional", observou.