Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Dilma diz que, apesar da fritura, Mercadante permanece na Casa Civil

Arquivado em:
Quarta, 11 de Março de 2015 às 10:57, por: CdB
mercadante.jpg
Mercadante tem sido alvo de críticas por parlamentares da base aliada
O ex-governador baiano Jaques Wagner, atual ministro da Defesa, chegou a ser apontado, nesta quarta-feira, como nome mais provável para o posto de articulador político do governo, embora a presidenta Dilma Rousseff tenha reafirmado que Aloizio Mercadante, hoje na Casa Civil, permanece no posto. A fritura de Mercadante na base aliada do governo no Congresso, porém, é uma realidade. Em resposta às matérias divulgadas pela internet, nesta manhã, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República negou, em nota oficial, que Dilma tenha recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sugestão de mudança na chefia da Casa Civil: “O ministro Aloizio Mercadante tem total confiança da presidenta e seguirá cumprindo suas funções à frente da Casa Civil”, diz a nota. Mercadante assumiu a Casa Civil no início de fevereiro, em substituição a Gleisi Hoffmann que deixou a pasta para concorrer ao governo do Paraná nas eleições de outubro de 2014. Antes, ele ocupava o Ministério da Educação. Segundo o Correio do Brasil apurou, no entanto, Mercadante tem sido criticado, duramente, por aliados. O principal motivo das críticas, segundo um dos integrantes da base aliada do governo, no Parlamento, é o fato de que o atual ministro-chefe "falhou demais em um período muito curto de tempo". Por mais de uma vez, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner foi cogitado para o lugar de Mercadante, que seguiria para o Ministério da Defesa, atualmente ocupado por Wagner. Dilma vive um período delicado de seu novo mandato, com a falta de apoio no Parlamento e a realização de campanhas na mídia conservadora por seu afastamento. No próximo domingo, os partidos de oposição, chancelados por rádios, jornais e canais de TV, públicos e por assinatura, organizam um protesto pelo impedimento da presidenta. A maioria desses veículos de comunicação, no entanto, são subvencionados por mídia oficial, autorizada pela Casa Civil. O desgaste de Mercadante junto ao PMDB, porém, não é de agora. Quando ainda ocupava uma cadeira no Senado, em 2007, Mercadante foi à Tribuna pedir que o então presidente do Senado, Renan Calheiros, atualmente reconduzido ao cargo, pedisse o afastamento até a conclusão dos processos que respondia no STF. As suspeitas quanto à participação de Calheiros nos delitos investigados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, colocam, novamente, o senador alagoano em situação difícil. – O melhor para o senador Renan é que ele se licencie da Presidência do Senado até a conclusão dos processos. Já disse isso reservadamente a ele e hoje me associo aos que pensam dessa forma. Acho que o Senado precisa desse gesto. Ele teria melhores condições para se defender, e o Senado melhores condições para evoluir em sua agenda – afirmou Mercadante, na ocasião. Calheiros foi inocentado das acusações e manteve o cargo. Nesta terça-feira, após uma breve trégua com o governo, ao azeitar a passagem da correção da tabela do IR, acordada durante encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na véspera, Renan Calheiros retomou o ataque direto ao Palácio do Planalto: O governo "envelheceu", afirmou. – Do ponto de vista da aliança, não se resolveu nada. Evidentemente, não falo pelo partido, eu falo pelo Congresso Nacional. A coisa da aliança, ela precisa ter um fundamento. Esse governo parece que envelheceu. Mas esse aí é outro assunto que está sendo tratado por outra instância do partido – desafiou Renan. Em um recado claro à presidenta Dilma, o presidente do Senado disse, mais cedo, que um Congresso "fraco" faz mal à democracia. Articulação Política Líderes da base aliada, ouvidos nesta manhã pela reportagem do CdB, além de apontar o desgaste de Mercadante, também não escondem a possibilidade de mudança também no Ministério da Articulação Política, com a saída do deputado Pepe Vargas (PT-RS). – Deve haver também a mudança no Ministério da Articulação Política. O ministro Pepe Vargas pode seguir para o Ministério da Aviação Civil, trocando de pasta com Eliseu Padilha (PMDB). Ambos são do Rio Grande do Sul. Padilha, na Articulação Política, reforça o grupo do vice-presidente Michel Temer e abre novos canais de diálogo com a base aliada, no Congresso. Ex-presidente da Câmara, o deputado Henrique Alves (PMDB-RN) também foi cogitado para substituir Pepe Vargas – disse ao CdB um dos interlocutores da presidenta. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Dilma jantou, na véspera, tem defendido a realização de uma reforma ministerial, de imediato. O ponto nevrálgico da questão são as pastas políticas que, segundo Lula, precisam fortalecer a articulação com o Congresso, com mais espaço ao PMDB.
Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo