Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Dia Internacional contra Represas e pelos Rios, a Água e a Vida é celebrado em 14 de março

Arquivado em:
Segunda, 15 de Março de 2004 às 13:33, por: CdB

O sétimo Dia Internacional contra Represas e pelos Rios, a Água e a Vida é celebrado em 14 de março e muitas mobilizações em todo o mundo estão programadas para esta data que foi definida em 1997, no I Encontro Internacional de Populações Atingidas por Represas, em Curitiba, Brasil. Este ano o chamado para o evento é para protestar contra a construção de projetos destrutivos de desenvolvimento e para celebrar as conquistas do ano passado.

Um detalhe importante nas manifestações mundiais anti-represas de 2004 é que, além das exigências habituais, será incluído slogans contra o Banco Mundial(BM), que completa 60 anos e é também responsável pelo problema, já que é um dos principais financiadores das grandes empresas.

Em 14 de março do ano passado, milhares de pessoas bloquearam o tráfico para protestar pelos danos causados aos rios. Alguns escalaram cumes altos com a finalidade de protestar para que as obras de represas fossem paralisadas, outros organizaram viagens educativas pelos rios e conduziram cerimônias para a água sagrada. Tudo isso como parte de um esforço anual para proteger os rios vivos em todo o mundo.

Um panorama das represas

Segundo os participantes do II Encontro Internacional de Atingidos por Represas, que aconteceu na Tailândia, em dezembro do ano passado, nos doze países que formam a Ásia do Leste, calcula-se que mais de 42 represas estão planejadas para essa região até o ano de 2020. A China é o país com maior número de represas e com maior saldo de pessoas deslocadas de seus lugares de origem. Já os participantes provenientes da Ásia do Sul(Índia, Nepal, Bangladest e Bután) fizeram referência a 27 grandes rios que poderão ser atingidos por novos mega-projetos que ameaçam a região. Em ambas regiões, cogita-se a possibilidade de processos de privatização da água. Até hoje nenhuma das represas dessa área foi desativada, nem os governos cumpriram com as promessas de indenizações.

Os participantes da América do Sul no encontro, informaram sobre os 490 projetos de represas na região. Brasil, Colômbia, Chile e Argentina estão entre os países mais atingidos e onde a mobilização popular anti-represas é bem forte e já conseguiu deter a construção de algumas delas. O Movimento Anti-represas do Brasil (MAB) é um dos maiores do mundo. Por sua vez os participantes da Mesoamérica recentemente reunidos em um Fórum Mesoamericano contra represas, dentro da luta contra o Plano-Puebla Panamá(PPP), apresentaram um panorama grave, onde a interconexão elétrica da região está acelerando a privatização do setor elétrico e com isso, o aumento dos preços da energia.

Do México até o Panamá, calcula-se que mais de 70 projetos de represas poderão ser postos em prática, assim como a privatização da água. No caso de Honduras, já foi registrada a privatização de um rio, que empresas transnacionais obtiveram concessão. No entanto, a consciência e a mobilização popular anti-represas, cresce ainda que o povo, ameaçado por esses mega-projetos, tenha que remar contra a corrente.

Outro panorama desolador foi a situação na Europa.Os participantes no II Encontro fizeram uma menção de como 95% das bacias hidrográficas na Europa foram atingidas, entre elas, pelo menos 50 grandes bacias. Já não existem rios naturais na Europa. Mais de quatro mil represas - das quais ao menos 500 estão na Espanha - cobrem as terras da região. No entanto, o Plano Hidroelétrico desse país contempla a criação de mais 120 represas para os próximos anos. Na França, existem dois mil planos micro-hidrelétricos e quatro mil na Alemanha.

Somente 13% das grandes represas no mundo, em mais de 75 países, foram construídas para controlar as inundações. Muitas dessas inundações foram causadas por mudanças climáticas provocadas pelo desmatamento das selvas que não retém água. Segundo a Comissão Mundial de Represas, as inundações atingiram a vida de 65 milhões de pessoas entre 1972 e 1996, mais do que qualquer outra classe de de

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo