Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Detentos da Frei Caneca lançam livro de poesias

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Quarta, 15 de Dezembro de 2004 às 09:14, por: CdB

Um grupo de detentos que cumpre pena nas penitenciárias Lemos Brito e Pedrolino de Oliveira, no Complexo da Frei Caneca, lança nesta quinta-feira, às 13h, o livro "Mário Quintana, pedagogia poética", que contém poesias e poemas feitos pelos presos. A tarde de autógrafos será realizada no Colégio Estadual Mário Quintana, que funciona, desde 1968, na Lemos Brito e tem um anexo também na Pedrolino.

Das salas de aula do colégio, saíram os textos que compõem o livro, que teve a participação de vários internos matriculados nos ensinos Fundamental e Médio. No final, 35 deles foram pré-selecionados pelos professores. As ilustrações contidas nas poesias também são de autoria dos internos, retiradas do concurso de desenho e pintura realizado pelo colégio em 2003.

A publicação do livro se deu graças ao projeto Sucesso Escolar, da Secretaria de Educação, que financiou a edição dos 200 exemplares que serão distribuídos gratuitamente. Para a diretora do colégio, Maria Stella Morgado, a seleção dos textos acabou se transformando numa grata surpresa.

- Tivemos muita dificuldade para selecionarmos os textos que seriam publicados, tamanha a qualidade deles. O material foi tão bom, que, se tivermos apoio, muito em breve estaremos editando um novo exemplar. Isso vem provar não só a qualidade dos professores que aqui lecionam, mas, principalmente, dos detentos, que, muitas vezes, chegam à penitenciária analfabetos e agora estão lançando um livro. Essa transformação é uma coisa que emociona a todos os envolvidos - afirmou Maria Stella.

No lançamento, o Colégio Mário Quintana também estará encerrando oficialmente o ano letivo. A escola têm hoje 172 alunos matriculados, sendo 142 da Lemos de Brito e 30 da Pedrolino.
Neste ano, a Secretaria de Administração Penitenciária já havia obtido bons resultados em relação à educação: foram inscritos 410 internos nos vestibulares da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e, hoje, 4.250 presos estão estudando em escola regular ou não.

Existe ainda o projeto de erradicação do analfabetismo nas unidades prisionais, que já contou com a participação de mais de mil internos. O lançamento do livro deixou o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, feliz, porque viu na iniciativa uma espécie de consolidação do trabalho em prol da educação, realizado durante todo o ano de 2004.

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Edições digital e impressa
 
 

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