O primeiro fruto dessa aventura internacional dos cineastas brasileiro-ecumênicos é Água negra, suspense dirigido por Walter Salles e que se encontra no circuito. Ainda está para estrear o filme de Fernando Meirreles, The constant gardener.
A se tirar pela experiência de Água negra, essa tal "aventura internacional" é uma ida sem volta à obviedade intencional. O filme de Salles é um produto corriqueiro, sem o mínimo de charme ou um possível fôlego estético. Sob o mesmo teto da produção temos o veterano fotógrafo Affonso Beato (que imprimiu um tom escuro até demais na fita) e o editor Daniel Rezende (da safra Cidade de Deus). A aventura não deu certo mesmo, naufragou em muita água... negra mesmo.
O que espanta é o elenco monstruoso que o filme de Salles conseguiu reunir. Jennifer Connelly, John C. Reilly, Tim Roth e Pete Postlethwaite. Todo mundo aparentemente precisando de trabalho (certamente não foi por outra coisa... o que mais justificaria esse pessoal numa história mediana de suspense sem um mínimo de ousadia?). Como nem sempre o ator consegue o papel que quer... vemos desgraças como Água negra... um desperdício de película, talento e tempo.
*****
Fim de semana com shows de Ludov e Cachorro Grande. O primeiro na sexta, no Teatro Odisséia. O segundo no Circo Voador, com Dead Fish.
*****
Pergunta importante: agora que sabemos que Água negra é o lugar comum dos lugares comuns, como será o desempenho de Meirelles? Seu filme já foi elogiado lá fora. E convenhamos, em termos de honestidade, Cidade de Deus é sempre mais digno do que Central do Brasil (isso só pra falar dos hits, que não por acaso, são nomes de lugares, focos do sub-sub-desenvolvimento carioca).
Desaguando em um mar de monotonia
Arquivado em:
Sexta, 26 de Agosto de 2005 às 00:21, por: CdB