O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) defendeu nesta quarta-feira o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia das acusações de má administração nos seis hospitais cariocas que estão sob intervenção federal desde a última sexta-feira. Rodrigo Maia é filho do prefeito do Rio.
- Esses hospitais são do governo federal. A prefeitura não tem condição de mantê-los porque não tem recursos para isso. Não vou politizar, não preciso ficar no cargo de ministro, sou deputado eleito - disse o deputado, referindo-se ao ministro da Saúde, Humberto Costa, que participou nesta quarta-feira de uma audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para tratar do assunto.
O governo federal decretou estado de calamidade pública por tempo indeterminado na rede hospitalar do Rio e assumiu a gestão dos hospitais municipais.
O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) também fez críticas à gestão de Humberto Costa. Para Aleluia, Costa resolveu fazer um "espetáculo" e uma "farsa eleitoral" para não perder o cargo no ministério.
- A sociedade brasileira sabe que o senhor está saindo para não comprometer a reeleição do presidente Lula - disse.
Ao se defender das críticas, Humberto Costa disse que desafia qualquer pessoa a comparar os resultados de sua gestão a dos ministros anteriores, além de destacar as dificuldades que sua pasta tem enfrentado na gestão dos hospitais cariocas.
- É essa incompetência que o deputado Aleluia quer me atribuir? Será que é ético exonerar 330 pessoas? Suspender os contratos de informatização? Deixar os remédios perderem a validade? Impor ao Ministério da Saúde pagar os funcionários? Esse conceito de ética é muito diferente da prática.
No saída da audiência, ao ser questionado por jornalistas sobre as especulações de que perderá o cargo na reforma ministerial, Costa disse que o assunto é único e exclusivo do presidente da República e que todas as medidas que o governo tomar terão seu irrestrito apoio. O ministro também garantiu que as ações de intervenção no Rio de Janeiro não serão prejudicadas.
- As pessoas que estão trabalhando no Rio de Janeiro nesse processo de calamidade pública são pessoas que têm o compromisso com a saúde pública da população, tem uma história de compromisso com os direitos humanos das pessoas no Brasil e jamais, sob nenhuma hipótese, em qualquer situação, deixariam de cumprir a sua responsabilidade por qualquer motivação
política, ideológica ou de qualquer ordem. Portanto, a população do Rio de Janeiro pode ficar tranqüila que nós vamos levar até as últimas conseqüências esse processo de restabelecimento da normalidade do atendimento à saúde da população do Rio de Janeiro.
Deputado defende gestão de Cesar Maia nos hospitais do Rio
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Quarta, 16 de Março de 2005 às 16:03, por: CdB