Apoio do presidente Barack Obama a Hillary Clinton poderá trazer unidade ao partido. Bernie Sanders, porém, ainda resiste às pressões para abandonar a corrida pela indicação democrata
Por Redação, com agências internacionais - de Washington:
Hillary Clinton já tem os votos necessários para se garantir candidata democrata à Casa Branca, e, desde a quinta-feira, tem também o apoio público do presidente Barack Obama. Mas as extenuantes primárias do partido custam a terminar, impedindo que a legenda se concentre no provável adversário em 8 de novembro, Donald Trump.
Ao declarar apoio a sua ex-secretária de Estado, Obama pediu união ao Partido Democrata, aumentando a pressão para que Bernie Sanders reconheça a derrota. O senador de Vermont resiste, mesmo após ouvir um apelo pessoal do presidente na Casa Branca.
Sanders disse que trabalharia com Hillary para derrotar Trump, mas prometeu continuar na corrida até a última primária, da capital Washington, no dia 14 de junho. O senador recebeu diversos elogios do presidente, do vice Joe Biden e de diversos líderes democratas no Senado.
Sua campanha teve o êxito de voltar as atenções do partido para os temas sociais, alimentando sentimentos anti-establishment pelo lado democrata.
A campanha de Sanders conquistou a ala liberal do partido e o voto dos jovens, enquanto, ao mesmo tempo, expõe as divisões entre os democratas. Segundo pesquisas, um terço dos apoiadores do senador de Vermont diz que não votaria em Hillary sob quaisquer circunstâncias.
A pré-candidata também possui índices baixos de aceitação em todo o país, o que poderá lhe criar problemas ao enfrentar o republicano Donald Trump na corrida presidencial.
Impulso a Hillary
Após reunir-se com o presidente, Sanders realizou um evento de campanha no distrito federal, sem mencionar Hillary ou repetir pedidos de apoio aos superdelegados do partido. O pré-candidato também fez poucas referências às primárias de Washington na próxima terça-feira, a última antes da convenção democrata na Filadélfia.
– Seria extraordinário se o povo de Washington, a capital de nossa nação, se levantasse e dissesse ao mundo que estão prontos a conduzir esse país a uma revolução política – afirmou o senador ao encerrar seu discurso.
Muitos dos apoiadores de Sanders prometem continuar a lutar por seus ideais, mesmo reconhecendo que as chances do senador de conquistar a candidatura democrata são bastante reduzidas.
Obama e Hillary foram adversários durante as primárias democratas de 2008, quando ele saiu vencedor. Mais tarde, Hillary serviria como sua secretária de Estado durante o primeiro mandato do presidente. A popularidade do presidente ainda é alta entre os eleitores, e sua chancela será um incentivo significativo para a ex-primeira-dama.
– Eu não acho que alguma vez houve alguém tão qualificado para ocupar este cargo – disse Obama em um vídeo divulgado pela campanha de Hillary. "Estou com ela, estou empolgado, e mal posso esperar para chegar lá e fazer campanha com Hillary."
Guerra online
A batalha presidencial nos Estados Unidos entre Hillary Clinton e Donald Trump mal começou, mas a guerra entre eles no Twitter já.
Depois de receber o apoio do presidente Barack Obama na quinta-feira para sucedê-lo na Casa Branca, Hillary, que esta semana confirmou sua indicação como candidata do partido democrata para as eleições em 8 de novembro, escreveu no Twitter que estava honrada pelo suporte e "animada e pronta".
Trump, que fez uso extensivo do Twitter durante sua campanha presidencial republicana, aproveitou a oportunidade para responder: "Obama acabou de apoiar a desonesta Hillary. Ele quer mais quatro anos de Obama - mas ninguém mais quer!".
A conta de Hillary respondeu rapidamente: "Apague sua conta", em um tweet para mais de seus 6,7 milhões de seguidores.
Em minutos, a frase tornou-se o tweet mais popular de Hillary, com mais de 194 mil retweets e 213 mil likes.
Republicanos correram para ajudar seu provável candidato, atacando o uso da conta de email pessoal de Hillary quando ela foi secretária de Estado.
– .@HillaryClinton Se alguém sabe como usar a tecla delete, é você – escreveu o chairman do Comitê Republicano Nacional, Reince Priebus.
Hillary disse repetidamente que escolheu "não manter" cerca de 30 mil emails que seus advogados consideraram pessoais, o que tem sido interpretado que ela apagou emails pessoais.
Mais tarde Trump retomou a batalha, escrevendo: "Quanto tempo sua equipe de 823 pessoas levou para pensar isso, e onde estão os 33 mil emails que você apagou?".
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