Alguns integrantes da Polícia Civil estão sendo investigados por envolvimento nas máfias dos caça-níqueis e dos combustíveis. A Justiça Federal tem pelo menos 11 mandados de prisão contra delegados e agentes.
A investigação da Polícia Federal (PF) após a morte do agente Aluízio Pereira dos Santos, de 47 anos, em 31 de maio, em Realengo, levou os federais a desvendar bastidores da máfia dos caça-níqueis, que já resultou na prisão do 'capo' do bicho, Rogério Andrade, dia 18 de setembro, na Região Serrana.
A primeira etapa da apuração sobre a máfia que adultera combustíveis começou em novembro de 2004. A partir daí os investigadores passaram a levantar o envolvimento de agentes da polícia estadual. Escutas telefônicas da investigação sobre a máfia dos combustíveis indicaram que os suspeitos também participariam da máfia dos caça-níqueis.
Um dos principais pontos explorados seria Jacarepaguá. Há indícios de que os investigados forneceriam armamento a outros policiais - que fazem segurança clandestina na região. Em troca, eles assegurariam que máquinas caça-níqueis seriam instaladas em pontos estratégicos.
Há o mapeamento de freqüentes viagens de agentes ao exterior, inclusive aos Estados Unidos e ao Caribe. A Polícia Federal pediu colaboração da Interpol para rastrear mais de 20 viagens que teriam sido feitas num período de dois meses. Parentes dos investigados também são monitorados.
Um grande esquema de segurança, com 150 policiais militares e civis, foi montado segunda-feira, em torno do Fórum de Bangu, onde dois acusados foram ouvidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Alexandre Abrahão. Outros 25 réus e quatro testemunhas também foram ao local.
Os acusados negaram envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. "Infelizmente, ao ser preso, Roland estava no lugar errado, na hora errada e com a pessoa errada", resumiu Paulo Ramalho, advogado do réu.