O ex-ministro Palocci foi preso em setembro do ano passado, durante 35ª fase da Lava-Jato, classificada com o título: Omertá. Uma referência à lei de silêncio imposta pela máfia.
Por Redação - de Curitiba e São Paulo
Está cada vez mais distante a possibilidade da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. A força-tarefa da Lava Jato teria se decepcionado com as denúncias oferecidas, até agora. Palocci, em momento algum, teria incriminado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu depoimento.
O ex-ministro foi preso em setembro do ano passado, durante 35ª fase da Lava-Jato, classificada com o título: Omertá em uma referência à lei de silêncio imposta pela máfia. O codinome "italiano” seria atribuído a Palocci por executivos da Odebrecht. Ele foi acusado de receber propina da empreiteira.
Ameaça
O fato de o ex-ministro trocar de advogado e iniciar negociações para a delação premiada parece não ter resultado em nada. A expectativa era de que, além de políticos de primeiro escalão, ele revelasse esquemas de corrupção envolvendo o mercado financeiro. O temor sobre essa delação levou bancos e gestoras de recursos a consultarem previamente a Lava-Jato sobre a possibilidade de fechar acordos de leniência.
Em 26 de junho, oito meses após ter sido preso, Palocci foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 12 anos. A pena foi decorrente das denúncias por corrupção e lavagem de dinheiro. Ao sentenciá-lo, Moro afirmou que a proposta de delação do ex-ministro soou mais como "ameaça". O réu teria, na realidade, a intenção pressionar seus opositores.