O IHS Markit informou que o PMI foi a 45,2 em dezembro de 46,2 em novembro. É a recessão econômica, com inflação, afetando com força a entrada de novos negócios e a produção. Amplia-se, assim, o cenário de retração do setor, leitura abaixo da marca de 50 aponta contração
Por Redação - de São Paulo
A atividade industrial do Brasil atingiu em dezembro o patamar mais fraco em seis meses em meio a fortes quedas nos volumes de produção e no nível de emprego, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.
O IHS Markit informou que o PMI foi a 45,2 em dezembro de 46,2 em novembro. É a recessão econômica afetando com força a entrada de novos negócios e a produção. Amplia-se, assim, o cenário de retração do setor, leitura abaixo da marca de 50 aponta contração.
Além da fragilidade econômica, a demanda fraca e as pressões competitivas levaram o nível de novos trabalhos a cair em dezembro. Foi a queda mais forte em seis meses. Os novos pedidos para exportação também apresentaram perdas.
Isso levou a produção a cair pela taxa mais rápida desde junho. Com reduções em todos os três subsetores pesquisados, sendo a mais acentuada entre os bens de capital.
Esse cenário levou a mais cortes de empregos, chegando ao 22º mês de perdas. Com destaque para os trabalhadores do setor de bens de capital.
Inflação
Já a inflação de custos chegou a um recorde de quatro meses em dezembro, levando a um aumento mais forte nos preços de venda. O enfraquecimento da moeda fez com os preços pagos por produtos importados aumentassem. Ao mesmo tempo em que algumas empresas tentaram proteger as margens de lucro.
"O cenário para 2017 parece adverso em meio a vários obstáculos significativos que a economia brasileira enfrenta. Incluindo a deterioração do mercado de trabalho, o consumo fraco, cortes de orçamento, distúrbios políticos e demanda fraca nos mercados externos", apontou em nota a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.
Em outubro, a produção industrial recuou 1,1% sobre o mês anterior. Foi o pior resultado para o mês desde 2013 e iniciando o quarto trimestre com mais fraqueza, de acordo com os dados do IBGE.
Alta no IPC-S
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acumulou alta de 6,18% entre janeiro e dezembro de 2016. Na última semana do ano, a inflação medida pelo índice divulgado pela Fundação Getúlio Vargas teve alta de 0,33%, 0,09 ponto percentual acima do registrado na semana anterior.
A elevação foi puxada por seis das oito classes de despesa pesquisadas. O grupo de transportes teve alta de 0,78%, contra 0,55% na aferição anterior. A gasolina teve forte influência nesse resultado ao passar de 0,76% para 2,05%.
Os gastos com alimentação fecharam a última semana do ano com inflação de 0,44%, contra 0,35% no período anterior. As despesas com saúde e cuidados pessoais passaram de 0,63% para 0,71%. Os itens relacionados à comunicação subiram de 0,10% para 0,25%. As despesas diversas variaram de 1,14% para 1,50%.
Os grupos habitação, educação, leitura e recreação apresentaram queda na inflação na última semana do ano, O primeiro caiu de -0,64 para -0,67 e o outro de 1,05% para 0,95%.
Ao longo do ano, os itens com maiores influência para a alta foram: planos de saúde (13,2%), tarifas de ônibus urbano (9,6).
Previsões
Os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central, nesta segunda-feira, reduziram a expectativa para a taxa básica de juros neste ano, embora tenham elevado ligeiramente a perspectiva para a inflação.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira mostrou que a expectativa agora é de que a Selic termine o ano a 10,25%, contra 10,5% esperados anteriormente.
Foi mantida a expectativa de aceleração do corte da Selic em janeiro, a 0,5 ponto percentual, após duas reduções de 0,25 ponto que levaram a taxa básica de juros aos atuais 13,75%.
Já o Top-5, que reúne as instituições que mais acertam as previsões, continua vendo a Selic a 10% no fim de 2017.
Projeções
Em relação à inflação, entretanto, a conta deste ano passou a 4,87%, contra 4,85% na pesquisa anterior, afastando-se um pouco do centro da meta, de 4,5%, com banda de 1,5 ponto.
Para 2016, o cenário de recessão no país vem levando a reduções nas expectativas para a inflação. A pesquisa com uma centena de economistas aponta agora alta do IPCA em 2016 de 6,38%, 0,02 ponto percentual a menos. Dentro da meta oficial, de 4,5% com margem de tolerância de 2 pontos percentuais.
O Focus não mostrou mudanças nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB). Prevê retração em 2016 calculada em 3,49% e expansão esperada este ano de 0,50%, na mediana das projeções.